TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 13 de julho de 2010

o silêncio da clarineta

 
 foto Joaquim Branco
Este ano está sendo cruel com as artes... o outro lado de lá levando mais um de nossos artistas. 
Ontem foi embora o grande clarinetista Paulo Moura, aos 77 anos. Tive a felicidade de não somente assistir a vários de seus shows, como de conhecê-lo pessoalmente e tomar uma cachacinha no bar Estoril, templo de muitos boêmios e artistas na década de 70, em Fortaleza. A simplicidade dele foi o que me encantou, como se fosse pouco a grandiosidade de sua música que já tinha me conquistado.
Segundo seu amigo André Vallias, no site do compositor, onde há um comovente depoimento, sábado passado ele ainda conseguiu reunir forças para tocar uma última música - "Doce de côco", de Jacob do Bandolim e Hermínio de Carvalho - com seu parceiro de longa data Wagner Tiso, ao lado da sua mulher, filho, sobrinho, amigos, admiradores, e alguns pacientes da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, onde estava internado desde 4 de julho, maravilhados com aquela inusitada celebração musical.

2 comentários:

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Paulo Moura esteve no Crato nos anos 70 e vadiou com Geraldo Urano pelas ruas sonolentas da cidade madrugada afora. Imaginem o que conversaram quando sentaram na mesa do cabaré e beberam do tônico mágico que lhes foi ofertado por José dos Prazeres, mago cafetão das ruelas fedorentas do Gêsso, o nosso antro da perdição.
POr Geraldo, poeta mais emblemático da nossa geração, desejo pro Paulo Moura uma bela viagem para a eternidade!

Nirton Venancio disse...

Pois é, meu caro Salatiel, Paulo Moura por onde passou deixou belas histórias, muita saudade.