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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Um vídeo golpista circula na internet - José do Vale Pinheiro Feitosa

Ontem a campanha de José Serra pregou o golpe de estado abertamente. O “udenismo” renasceu como nos anos 50, como farsa, igual às repetições da história, mas sem novidades, a farsa dominou a UDN especialmente com a turma do Carlos Lacerda. Como antigamente é a união de empresas de comunicação social, antigos quadros da ditadura militar, setores radicais da extrema-direita e quadros sólidos do PSDB, mas tomados de cegueira pelo poder.

Estou falando de um vídeo, chamado, Dilma 2012 – o fim está próximo, que apareceu nas páginas on-line do Globo, do UOL e do blog do Noblat e da Campanha de Serra sem qualquer condenação à pregação golpista. É um vídeo profissional, com roteiro bem construído por cineastas, de ficção futurista, que chupa o nome de um filme americano em que um meteoro bate na terra e são preparados submarinhos imensos para salvar apenas representantes do G8. Abandone-se o resto, a escória da humanidade, é a mensagem.

Aí começa o primeiro patamar da psicologia de massa, ele se destina à classe média brasileira insegura com a crise mundial do capitalismo, subliminarmente promete um submarinho apenas para ela. O segundo patamar são os alvos dos segmentos a se unir no golpe: igreja católica, militares, empresas de comunicação, os governadores do PSDB e o povo paulistano igual àquelas passeatas de 64.

O vídeo tem um pé tão atolado na lama do golpe de 64 que não perde o vício da subserviência aos americanos, quando chama a CNN para lhe dar uma mão. Passa a impressão para o ouvinte que já a tem às mãos. Do mesmo modo promove todos os “demônios comunistas” que iriam se aliar a Dilma: Hugo Chávez e o presidente do Irã, esqueceram Fidel, este já não tem mais apelo.

Os democratas têm dois caminhos possíveis. O primeiro é usar o mesmo método para confrontar os golpistas, mas denunciando-os à justiça como o melhor campo para que se dirimam dúvidas se esta pregação é aceitável num estado de direito. Ou convocar o candidato Serra a condenar o conteúdo do que está ali como um crime contra a própria biografia do candidato. As mágoas passam, mas os golpes destroem o futuro.

Em toda democracia moderna o seu curso num deixou de receber os ventos do extremismo minoritário. Quando esta o bem compreende, ele se torna apenas um ponto no campo vasto das ações democráticas.

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