Depois de propagado incessantemente e precedido de detalhadas análises “sócio-antropólogicas” por parte de “especialistas em relações humanas” (que, por incrível que pareça, tentam nos convencer da sua utilidade), a Rede Globo mais uma vez monta o seu “prostíbulo global” em nossa sala de estar, em pleno horário nobre, através do indecente e desprezível programa BBB (e que nem por isso deixa de ser um dos seus “campeões de audiência”). Serão meses de xaropadas, imoralidades e futilidades (e quem quiser, tiver saco, grana e abobrinha na “cachola”, pode até passar o dia todo assistindo, desde que adquira o “pacote”).
A fórmula é velha e conhecida: numa tal “casa” são acomodados garanhões, gays, lésbicas, marombados, homossexuais, prostitutas, mocinhas inocentes, anônimos aspirantes à fama e até vovós (pra dissimular), com ordens de infligir códigos, desrespeitar as leis, praticar sexo ao vivo e a cores e, enfim, exercitar a devassidão e o heterodoxo (se existir algum(a) “virgem” entre eles e lá demorar, certamente sairá “ex”, tal a pressão da “direção” para que tal se concretize).
Estimulados pelo pseudo-intelectual e apresentador Pedro Bial (quem te viu e quem te vê), e por um tal Boninho (um dos diretores graduados da emissora), os escolhidos não têm limites éticos, legais, morais ou alguma coisa que se pareça com respeito ou dignidade, já que tudo lhes é permitido, contanto que o “jogo” seja apimentado e “desperte” a curiosidade do público (independentemente do vazio do seu conteúdo).
Público, aliás, que é estimulado a “escolher” (pagando caro a ligação telefônica) os seus preferidos, expostos nos tais “paredões”, que por sua vez rendem milhões e milhões de reais à emissora e à operadora telefônica (para tanto, uma mega estrutura é montada e disponibilizada aos telespectadores), inclusive e principalmente pais, mães, irmãos e demais familiares, que compulsoriamente se deixam envolver em troca de uma viagem ao Rio de Janeiro (com mordomias inimagináveis), além de uma aparição relâmpago na telinha.
Enfim, o circo ta armado e nossas crianças e adolescentes sairão mais “cultos”,
“sabidos” e “preparados para a vida”, graças ao BBB (e ainda tem gente que não acredita na influência e tirania da televisão).
A propósito, abaixo, transcrição de um cordelista baiano, a respeito.
José Nilton Mariano Saraiva
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BIG BROTHER BRASIL (Antonio Barreto, cordelista de Santa Bárbara-BA),
Curtir o Pedro Bial/E sentir tanta alegria/É sinal de que você/O mau-gosto aprecia/Dá valor ao que é banal/É preguiçoso mental/E adora baixaria.
Há muito tempo não vejo/Um programa tão ‘fuleiro’/Produzido pela Globo/Visando Ibope e dinheiro/Que além de alienar/Vai por certo atrofiar/A mente do brasileiro.
Me refiro ao brasileiro/Que está em formação/E precisa evoluir/Através da Educação/
Mas se torna um refém/Iletrado, ‘zé-ninguém’/Um escravo da ilusão.
Em frente à televisão/Lá está toda a família/Longe da realidade/Onde a bobagem fervilha/Não sabendo essa gente/Desprovida e inocente/Desta enorme ‘armadilha’.
Cuidado, Pedro Bial/Chega de esculhambação/Respeite o trabalhador/Dessa sofrida Nação/Deixe de chamar de heróis/Essas girls e esses boys/Que têm cara de bundão.
O seu pai e a sua mãe/Querido Pedro Bial/São verdadeiros heróis/E merecem nosso aval/Pois tiveram que lutar/Pra manter e te educar/Com esforço especial.
Muitos já se sentem mal/Com seu discurso vazio/Pessoas inteligentes/Se enchem de calafrio/Porque quando você fala/A sua palavra é bala/A ferir o nosso brio.
Um país como Brasil/Carente de educação/Precisa de gente grande/Para dar boa lição
Mas você na rede Globo/Faz esse papel de bobo/Enganando a Nação.
Respeite, Pedro Bienal/Nosso povo brasileiro/Que acorda de madrugada/E trabalha o dia inteiro/Dar muito duro, anda rouco/Paga impostos, ganha pouco:/Povo herói, povo guerreiro.
Enquanto a sociedade/Neste momento atual/Se preocupa com a crise/Econômica e social/
Você precisa entender/Que queremos aprender/Algo sério – não banal.
Esse programa da Globo/Vem nos mostrar sem engano/Que tudo que ali ocorre/Parece um zoológico humano/Onde impera a esperteza/A malandragem, a baixeza/Um cenário sub-humano.
A moral e a inteligência/Não são mais valorizadas/Os “heróis” protagonizam/Um mundo de palhaçadas/Sem critério e sem ética/Em que vaidade e estética/São muito mais que louvadas.
Não se vê força poética/Nem projeto educativo/Um mar de vulgaridade/Já tornou-se imperativo/O que se vê realmente/É um programa deprimente/Sem nenhum objetivo.
Talvez haja objetivo/“professor”, Pedro Bial/O que vocês tão querendo/É injetar o banal/Deseducando o Brasil/Nesse Big Brother vil/De lavagem cerebral.
Isso é um desserviço/Mal exemplo à juventude/Que precisa de esperança/Educação e atitude/Porém a mediocridade/Unida à banalidade/Faz com que ninguém estude.
É grande o constrangimento/De pessoas confinadas/Num espaço luxuoso/Curtindo todas baladas/Corpos “belos” na piscina/A gastar adrenalina:/Nesse mar de palhaçadas.
Se a intenção da Globo/É de nos “emburrecer”/Deixando o povo demente/Refém do seu poder/Pois saiba que a exceção/(Amantes da educação)/Vai contestar a valer.
A você, Pedro Bial/Um mercador da ilusão/Junto a poderosa Globo/Que conduz nossa Nação/Eu lhe peço esse favor/Reflita no seu labor/E escute seu coração.
E vocês caros irmãos/Que estão nessa cegueira/Não façam mais ligações/Apoiando essa besteira/Não dêem sua grana à Globo/Isso é papel de bobo/Fujam dessa baboseira.
E quando chegar ao fim/Desse Big Brother vil/Que em nada contribui/Para o povo varonil/Ninguém vai sentir saudade/Quem lucra é a sociedade/Do nosso querido Brasil.
E saiba, caro leitor/Que nós somos os culpados/Porque sai do nosso bolso/Esses milhões desejados/Que são ligações diárias/Bastante desnecessárias/Pra esses desocupados.
A loja do BBB/Vendendo só porcaria/Enganando muita gente/Que logo se contagia/Com tanta futilidade/Um mar de vulgaridade/Que nunca terá valia.
Chega de vulgaridade/E apelo sexual/Não somos só futebol, baixaria e carnaval/
Queremos Educação/E também evolução/No mundo espiritual.
Cadê a cidadania/Dos nossos educadores/Dos alunos, dos políticos/Poetas, trabalhadores?/Seremos sempre enganados/e vamos ficar calados/diante de enganadores?
Barreto termina assim, alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco/Reaja à força do mal/Eleve o seu coração/Tomando uma decisão/Ou então: siga, animal…
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