Descaso com a educação – José Nilton Mariano Saraiva
Definitivamente, após o hercúleo esforço para se habilitarem à academia, os alunos da Universidade Estadual do Ceará (UECE) estão com o futuro profissional seriamente comprometido, em razão da falta de empenho do Governo do Estado para com um setor fundamental no desenvolvimento de qualquer nação, como o é o educacional (e isso causa constrangimento e aflição não só aos alunos, mas, também, aos pais e familiares).
Pelo menos é o que se pode depreender das atuais responsáveis manifestações de professores e alunos daquela Universidade (veiculadas na televisão), quando denunciam a falta de nada menos que 312 mestres naquela instituição de nível superior (posição do ano passado), abrangendo quase todos os cursos.
E o mais impressionante: se de um lado temos o contundente depoimento de um dos pro-reitores da UECE asseverando que já há bastante tempo “estudo-denúncia” nesse sentido foi entregue no próprio gabinete do Governador, de outro, os líderes estudantis atestam que esse mesmo governo afirma desconhecer o problema e se nega a tomar uma posição sobre tão sério e grave entrave. Assim, graduações vão sendo postergadas, cursos que durariam quatro ou cinco anos são “esticados” ninguém sabe até quando, e, perigosamente, o desestímulo e desesperança tomam de conta dos “quase-futuro-doutores”.
Enquanto isso, numa absurda inversão de valores, o tesouro do Estado do Ceará já reservou e se prepara pra despejar uma montanha de dinheiro na construção de um tal “aquário” (“brinquedinho” pra turista ver, de utilidade pra lá de duvidosa e manutenção exorbitante), enquanto o chefe do Executivo e enorme comitiva vive cruzando o mundo em viagens transcontinentais, certamente que onerosas e sem resultados práticos (pelo menos que se saiba), em termos de alocação de recursos para aplicação em coisas mais sérias.
Pelo andar da carruagem - e a duração da crise da UECE está aí pra comprovar – da parte do “manda-chuva” do Estado a Educação parece ser um item de somenos importância e, como tal, descartável, desprezível ou desnecessário (tanto que não existe nenhuma perspectiva de concurso para recomposição do quadro de docentes da instituição, conforme asseverou um dos principais assessores de Sua Excelência).
A pergunta é: a quem apelar, se aquele que deveria não só cuidar, mas priorizar a “academia”, há se revelado um insensível para com a Educação” ???
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