TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O capitalismo está mais vivo do que nunca.


O capitalismo surgiu na Europa, ainda na Baixa Idade Média, com o desenvolvimento das cidades e o surgimento da burguesia. Desde então a Europa, passou por um processo de desenvolvimento econômico e comercial e uma das conseqüências foi o aumento das relações de produção e expansão do capitalismo. Após a Revolução Industrial ocorre um processo ininterrupto de produção coletiva em massa que consequentemente levou a geração de lucro e o acúmulo de capital e a burguesia assume o controle econômico e político.
            Daí em diante, o capitalismo só tinha a se desenvolver e alcançar as formas que hoje lhes são atribuídas. Os meios de produção pertenciam ao capitalista (o que possuía o capital) e os que necessitavam do “capital” para a sua sobrevivência, era a grande classe proletária que não tinha como sobreviver, a não ser pela sua força de trabalho. Inicia-se então um processo de exploração do ser humano, o qual perdura até os dias de hoje. É claro que para Marx a exploração sempre existiu, pois segundo ele enquanto houver a propriedade privada, sempre haverá a exploração por parte dos que estão abaixo dessa hierarquia, porém em meio ao sistema capitalista esta exploração chega a um ponto máximo esmagando grande parte da classe trabalhadora.
            Karl Marx foi um dos mais renomados estudiosos da economia que com afinco tentou demonstrar no capitalismo as diferenças sociais e as injustiças que o mesmo produz. Segundo Marx o capitalismo é uma estrutura econômica que implica a exploração do ser humano. O mesmo se baseia num empreendimento do capital e na obtenção do lucro por parte do capitalista (aquele que detém os meios de produção) e de forma tal, usa o trabalhador através da sua força de trabalho para obter lucros absurdos sobre o objeto produzido. O capitalista tira do produto mais do que ele investiu para produzir. Marx denomina este processo de mais-valia.
            A mais-valia é gerada no momento em que o trabalhador produz uma quantidade de bens correspondente ao que ganha, mas continua a produzir até que se complete o seu horário de trabalho, que pode chegar até 10 vezes mais o salário do trabalhador. Porém o trabalhador não consegue enxergar os excessos de lucros gerados dentro de uma empresa, como sendo fruto da sua força de trabalho, é o que Marx chamou de alienação.
            O capitalista ganhará tanto mais a maneira que fizer o trabalhador trabalhar mais além do seu tempo correspondente ao salário. Quanto mais produtivo o trabalho do operário e quanto mais baixo possível os seus honorários, mais o capitalista obterá a mais-valia. Assim esse processo vai se intensificando a maneira que aumentam o lucro e a produção, gerando concorrências entre os capitalistas. A concorrência leva a uma produção superior a demanda, de modo que a diferença não é mais vendida. Daí decorre as crises no sistema econômico. Como por exemplo: as falências de algumas empresas, o aumento de proletariados (trabalhadores) e etc.
            Assim, Karl Marx explica que é do desencadeamento deste processo que os proletariados vão se dar conta da injustiça que o mundo capitalista lhes impõe. Pois os mesmos são os produtores dos bens e deveriam gozar dos lucros produzidos. Com isto, rebentará a revolução proletária, que segundo Marx eliminaria os capitalistas e criaria a nova sociedade comunista, na qual todos os meios de produção serão bens comuns.
            È uma pena, que esta “sociedade igualitária” a qual Marx previa, nos dias atuais não passa de uma utopia. E convenhamos, o mundo não é feito de quimeras – Infelizmente a realidade é “nua e crua”. Quanto mais a minoria detém o capital, mas ela detém o domínio sobre este. Basta vê, nos noticiários  que tudo gira em torno do dinheiro, e o pior, da forma mais suja possível. Veja só as mãos  dos que governam o Brasil, é pura corrupção, pela troca de propina, bufunfa, grana, ou seja capital. Quanto mais ricos, mais captalistas se tornam.
           



           

5 comentários:

Unknown disse...

Essa ideia de que o capitalismo surgiu na Baixa Idade Média, ao mesmo tempo que apareceu a burguesia, é uma das teses sobre o surgimento desse sistema.
A crítica a ela é que não se deve confundir o desenvolvimento do comércio específico da baixa idade média européia, com o sistema do capital, muito menos a existência de uma "burguesia" medieval , com a classe hegemônica da ordem capitalista.

Sobre isso, tanto Maurice Dobb como Pierre Vilar colocam muito bem a questão.

Ana Cássia disse...

Professor Darlan, primeiramente, obrigada por comentar a minha postagem. Sei o quanto o senhor é conhecedor do tema em questão, e um exímio pesquisador na área. Reconheço que sou iniciante no assunto, e ainda tenho muito o que aprender. Apenas, me aventurei escrever sobre o assunto, porém sabendo das minhas limitações. Irei fazer a leitura das fontes citadas pelo senhor e conhecer mais sobre a temática, no viés dos autores supracitados. Obrigada! Abraços. Ana Cássia

Unknown disse...

Ana Cássia, o seu texto está bem escrito e é coerente. Sobre o capitalismo e suas origens, apenas fiz uma consideração, pois existem várias explicações.
Abraço.

jose nilton mariano saraiva disse...

A Ana Cássia, que recentemente nos brindou com a "leve" narração sobre os "Narradores de Javé", dessa vez entra numa seara mais árida e complexa (Capitalismo), mostrando a mesma competência.
Parabéns !!!

Ana Cássia disse...

Obrigada José Nilton. Me sinto honrada pelo elogio.