Se o senhor Moroni Bing Torgan já entrou na corrida pra eleição
da prefeitura de Fortaleza pela porta dos fundos, já que com um (reprovável) objetivo
pré-definido – provocar o “racha” dos votos da periferia, objetivando
claramente ajudar o candidato governista (o que de fato findou acontecendo),
além de apoiá-lo e recomendá-lo no segundo turno – temos o contraponto a tão
desonesta manobra corporificado no candidato Renato Roseno, do raquítico PSOL que,
sozinho, sem qualquer aliado ou tempo na TV, conseguiu estratosféricos 150.000
votos, E, como antes e no decorrer da campanha bateu forte e incisivamente tanto
no candidato da Prefeitura como no do Governo do Estado, ao tempo em que conclamava
a população a ajudá-lo na implementação de “um novo jeito de fazer política”, nada
mais coerente que, não conseguindo o almejado passaporte para o segundo turno, anunciasse
que não apoiaria nenhum dos dois e, portanto, liberados estavam seus eleitores
pra escolher em quem votar.
Aliás, sua coerência é tamanha e seu eleitorado tão fiel,
que, na eleição passada, quando se candidatou a Deputado Federal, obteve
votação muito parecida, só que “não levou” (não foi eleito), em razão da
esdrúxula lei eleitoral brasileira vigente, que privilegia a tal da legenda,
possibilitando que candidatos com votação inexpressiva sejam “coroados” com os
votos que “sobram” de integrantes do mesmo partido (assim, alguém que consegue
míseros 10.000 votos entra, em detrimento daquele que consegue 15 vezes mais).
Mas, voltando ao mote inicial ou retomando o fio da meada, ao
contrário de Moroni, que fez da eleição pra prefeitura de Fortaleza um rentável
“balcão de negócios” (deve ganhar uma secretaria de governo) e de Heitor
Ferrer, que pisou feio na bola ao “omitir-se” na hora de dá o troco ao
Governador do Estado, Renato Roseno sai pela porta da frente e de cabeça
erguida, mercê da altivez e dignidade demonstradas.
Isso, sim, é “ser digno” (e na política, por incrível que
pareça); isso, sim, é “um novo jeito de fazer política”; isso, sim, é ter
respeito ao seu eleitorado.
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