Em 1986 os EUA fizeram um filme para louvar o espírito
guerreiro e ousado dos seus pilotos de caça. Chamava-se em inglês “Top Gun” que
realçava o “créme de la créme” da capacidade de destruir o adversário. No
Brasil chamou-se Ases Indomáveis. Dirigido por Tony Scott, o filme ganhou o
Oscar de Melhor Canção por Take my Breather Away do grupo Berlin. Canção
publicada abaixo. Com Tom Cruise na sua fase “bonitinho da América”, o filme
tem boas cenas de combates aéreos.
Banda californiana
Berlin, do final dos anos 70, tendo como centro a vocalista Terri Nunn. Ficou mundialmente
famosa como o filme e esta música. Escolhi a versão com legenda em português.
Tal filme é letra morta na métrica destruidora das guerras
em andamento e a desenvolver tecnologias cada vez mais mortíferas e invasoras
de intimidades. Os guerreiros estão dando lugar, novamente, aos espiões como
nos anos 60. Nunca se espalharam tantos espiões pelo mundo todo. Aqueles personagens
cinza com o papel infiltrado de apontar alvos e destruir objetivos militares ou
civis. A honra e o espírito desafiador foram para baixo dos panos, numa
patologia viral, ilegal e danosa, pois sob o manto de operações secretas com o
fito único de assassinar e destruir grupos.
Uma das práticas de destruição mais criticada no mundo e
posta em questão pela própria ONU é o uso de Veículos Aéreos Não Tripulados
(VANT), utilizados especialmente por organizações secretas de estados nacionais
como é o caso da CIA. Os EUA são o mais antigo executor destes tipos de
aeronaves espiãs, desde os anos 50 e a partir de 1994 elas passaram a ser teleguiadas
por meio de satélites e a carregar mísseis ar-superfície com grande capacidade
de destruição e precisão.
Os pilotos destas aeronaves, agora chamadas de Drones (que
significa zangão, dor, zumbido, rumor) ficam em salas refrigeradas a destruir
pessoas, grupos, instalações, vilas no Afeganistão, no Paquistão, Iraque,
Iêmen, Líbia e dizem que também na Somália. São milhares de operações de
destruição com mais este modelo de guerra fria, não importa que não mais tão
ideológica, mas certamente guerra de dano quando as armas atômicas se multiplicam
a zerar grandes incursões militares. Por isso as prisões, torturas e assassinatos
dirigidos em surdina se tornaram a ponta do iceberg da guerra suja de grandes
nações contra os povos mais sofridos.
Eles chamam esta fase de Guerra Cirúrgica, de poucos efeitos
colaterais, mas isso apenas significa que a morte é praticada em pacotes ou
drops que ao final se tornam uma grande lixeira de vida desfeita. São típicos
destas eras mais ou menos ameaçadas entre os desafiantes, um tanto quanto
equilibrados por potencial de destruição, todos acovardados em provocar a ação
maior e universal. Por isso praticam a covardia oculta que tende a promover
grupos autônomos de destruição, acima e além da sociedade.
Vivemos uma ironia completa de linguagem. Os drones mais
famosos se esmeram em nomes cínicos: Predator – Predador; Gray-Eagle – duas
palavra: cinza e águia. Gray também pode ser triste, grisalho, pálido em
referência à cor escolhida para o veículo. Reaper – ceifeiro, aquele que ceifa.
Avenge – vingar-se.
A tecnologia dos drones está dominando, os orçamentos para
construção e desenvolvimento, bases são formadas pelo planeta, porta-aviões
estão ultimando drones para pouso e decolagem neles. Estados Unidos, Europa,
Rússia, China e muitos outros países desenvolvem drones. A característica do
drone é usar armas e atacar à distância. A evolução deles partiu desde carregar
mísseis, até outros armamentos. A velocidade foi aumentado de um pouco mais de
220 Km/h até os modernos que são sub-sônicos altos. A altitude chegou a
dimensões em que as aeronaves tripuladas não podem ir e a autonomia é sempre
muito grande, ultrapassando a 30 horas.
Mas isso é apenas um passo. A destruição em massa ainda
continua na ordem histórica da luta entre os povos.
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