TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

sábado, 7 de setembro de 2013

O "jeitinho" - José Nilton Mariano Saraiva

A exoneração do Secretário de Segurança Pública do Estado do Ceará é a “prova provada” da hipocrisia (e dissimulação) que vige no meio político.

Escolha pessoal e intransferível da família Ferreira Gomes, desde o princípio o então coronel da polícia mostrou que não era do ramo, que não tinha aptidão para a coisa, que se constituía um autêntico peixe fora d’agua, que não passava de um blefe e, enfim, que era um incompetente em potencial em termos de gestão e comando.

E o resultado não poderia ser diferente: durante sua catastrófica permanência à frente da Secretaria de Segurança, a bandidagem deitou e rolou, fez e desfez, casou e batizou. Tanto é que os assaltos a ônibus aumentaram 155,9% e os homicídios dolosos no Estado 17,5%, quando comparados com o mesmo período do ano passado; além do que, em 08 meses do ano corrente, tivemos 24 assaltos (com explosões) em bancos, ou uma média de 03 por mês. 

De outra parte, sabe-se que quando convidado a assumir a pasta, o coronel da polícia Francisco Bezerra era um ilustre desconhecido da maioria dos cearenses, já que nunca houvera militado na arena política, assim como em qualquer outro setor de maior visibilidade; era, por assim dizer, um zero à esquerda, uma nulidade em termos de apresentação pessoal, já que com um currículo inexistente.

Pois não é que agora, a fim de não dar a mão à palmatória, já que a cobrança por um mínimo de segurança tornou-se uma grita generalizada em todo o Estado, o “padrinho” (arrependido) do senhor Secretário (o Governador do Estado) houve por bem substituí-lo, sem que antes haja elaborado um tal “jeitinho”, espécie de saída honrosa (caricata) para o dito-cujo: assim, o coronel tira o time não por incompetência, ou porque haja transformado a segurança no calcanhar de Aquiles do Governador, mas, sim, porque irá concorrer a uma vaga para Deputado Estadual nas próximas eleições.


Qual o “curral eleitoral” que o Governador do Estado irá cooptar para que descarregue seus votos numa nulidade, não se sabe: o certo é que, se o afilhado “pegar corda” e resolver mesmo concorrer, Sua Excelência corre o risco de “quebrar a cara” novamente, já que a derrota será fragorosa.

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