Em 29 de setembro de 2006 um Boeing 737-800 SFP da Gol
Transportes Aéreos, num voo entre Brasília e Manaus, foi praticamente jugulado
caindo feito uma pedra após receber o choque de uma aeronave bem menor. Era o
voo 1907 e nele morreram 154 pessoas.
O acidente gerou uma insegurança geral a respeito da
qualidade do controle aéreo brasileiro. A grande mídia partiu para cima e fez o
diagnóstico de um caos aéreo no país, com má fé, misturando então os frequentes
atrasos decorrentes do boom de passageiros que antes não haviam subido numa
avião e agora embarcavam em passagens mais baratas e financiadas.
A mídia criou um clima de desestabilização política quando
em 17 de julho de 2007 um Airbus A320-233 da TAM, pousando em Guarulhos, que
não conseguiu parar e foi terminar em tragédia matando todos a bordo. Na época
o repórter da Globo Rodrigo Bocardi (atualmente na bancada do Bom Dia Brasil) foi
até a pista de Guarulhos para mostras que não existiriam nela as tais ranhuras
que serviriam para frenar o avião.
Era uma tese descida como um julgamento político. O
Movimento Cansei pegou carona carregando na passeata senhorzinhos e madames globais
na ação política. Mas aí a avaliação técnica mostrou outra coisa e quando houve
o desmentido, a Televisão Globo manipulou uma imagem de uma janela do Palácio
do Planalto quando um Assessor do Governo fez um gesto de alívio com o
problema, então, politizado pela própria Globo.
Não se tratava de notícia. Tudo era a velha técnica do
marketing político, era a velha forma de atacar os inimigos com as técnicas
inovadoras da mídia. Ai nós que não somos idiotas, mas que fomos soterrados por
uma avalanche que mostrava o caos no controle aéreo brasileiros estamos
defronte de uma nova notícia negando todo o clima.
A Civil Air Navigation Service Organization (CANSO), sediada
na Holanda publicou em sua revista Airspace Magazine uma matéria de capa sobre
o bem sucedido controle do espaço aéreo do Brasil durante a RIO +20, a Copa das
Federações e a Jornada da Juventude. Todas são ocasiões em que o controle
brasileiro estava preparado para uma elevação no tráfego aéreo em até 30%. No
entanto o crescimento foi de 18%.
Importante, a Rio +20 aconteceu em Junho de 2012, portanto
entre cinco e seis anos após os referidos acidentes. Se houvesse um caos no
controle aéreo esse necessariamente seria de infraestrutura e de recursos
humanos e nesse intervalo não haveria mudanças entre o caos e um controle sobre
stress de aumento de voos.
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