Dentre as muitas
variáveis que caracterizam o pleno exercício da cidadania, o acesso à leitura deveria
constituir-se peça necessária, primordial, absolutamente imprescindível. E, na
contemporaneidade, quando a competição por um lugar ao sol é das mais
acirradas, evidente que a falta de leitura impossibilita o acesso de muitos a
um outro mundo, obsta-o de ter uma visão mais abrangente da realidade,
escraviza-o à criminosa permanência na longa noite da escuridão da ignorância.
Não há, pois, atitude mais nobre e digna do que possibilitar aos que não
têm condição, a perspectiva de descortinar um novo horizonte, de abrir novas
portas, de agregar valores outros. E isso é feito primordialmente através da
leitura.
Assim, é motivo de
tremenda satisfação saber que um “matuto” de Farias Brito, que morou no Crato,
viveu no Rio de Janeiro e estabeleceu-se profissionalmente em Brasília,
resolveu por conta própria ser uma espécie de “multiplicador” da cultura, inusual
“farol” de um porto seguro.
É que, ao galgar o conceituado
posto de produtor gráfico na Universidade de Brasília, entendeu ser chegada a
hora de disseminar bibliotecas e distribuir livros pelo Brasil afora, doar-se
de corpo e alma aos menos favorecidos, possibilitar-lhes o acesso à cidadania
através do saber, do conhecimento. E tudo isso, anonimamente, sem propaganda,
sem fazer barulho nenhum, sem contar com qualquer verba de quem quer que seja.
Trabalho de formiguinha: solitário, persistente, incansável, sofrido, mas...
gratificante.
Certamente que apegado
e imbuído àquela filosofia de “fazer o bem sem olhar a quem”, adotou o revolucionário
e estimulante lema de que “o livro precisa ir onde o leitor está”, daí já ter distribuído
livros para mais de 200 bibliotecas nordestinas (dentre as quais cerca de 50 do
seu querido Ceará), perfazendo um total de mais de um milhão de livros doados. Que
outros sejam estimulados a seguir seu exemplo.
O nome da “fera” ??? Elmano
Rodrigues Pinheiro. O homem que “presenteia” livros. E que em função de tão dignificante
missão, merece o reconhecimento e aplausos de todos nós.
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