“Made in PSDB”, porquanto
idealizado, arquitetado e lançado no governo FHC, o tal “fator previdenciário”
foi uma dessas maldades inomináveis para com centenas de milhares de
aposentados brasileiros (para editá-lo, à época um suposto e contestável déficit
da previdência foi brandido). No entanto, e como restou comprovado a posteriori,
a explicação mais plausível nos remete ao fato de o então Presidente da
República e seus áulicos terem que arranjar um bode expiatório para a gravidade
momentânea das contas do governo, daí nada mais cômodo do que considerar os
“velhinhos do INSS” uma espécie de trambolho, mercadoria de quinta categoria e,
pois, desmerecedora de quaisquer direitos. Portanto, tunga neles. Tanto é que, sarcasticamente,
a partir de então passou a rotulá-los de “vagabundos”. E a tratá-los a pão e
água.
Como não há nada melhor
que um dia atrás do outro com uma noite no meio, eis que agora, de olho nos
votos dos milhões de “vagabundos” brasileiros, o candidato tucano à Presidência
da República, Aécio Neves, apadrinhado e referendado por FHC, resolveu ir de
encontro aos ditames do chefe ao anunciar seu propósito de, se eleito, rever o
tal “fator previdenciário”, reconhecendo-o como um ultraje àqueles que tanto
deram pelo país (os aposentados). Como o fará, não detalhou. Entretanto, como já
anunciou que se valerá de alguns dos integrantes do governo FHC, que editou o
projeto original, fica difícil explicar a contradição de tal proposta. Até
porque, seria uma espécie de “reprovação” (embora tardia) ao chefe.
De outra parte, pegando
carona na proposta do concorrente, de pronto e de forma oportunista a candidata
Marina Silva – aquela que se especializou em copiar, colar e assumir a
paternidade de obras alheias, porquanto lhe falta substância, de pronto tratou
de desfraldar a mesma bandeira, sem que, igualmente, tenha respostas de como o
fará. Até porque, também alguns dos que estão ao seu lado hoje estiveram com
FHC, no passado.
Fato é que entre as
duas manifestações, uma constatação fica evidenciada: nenhum deles (Aécio ou
Marina) até agora apresentou um novo projeto ou modelo em substituição ao “fator
previdenciário”. E por uma razão simplória: porque inexistem estudos detalhados
a respeito de como fazê-lo e porque a coisa é realmente complexa, não se
resolvendo da noite pro dia.
Assim, os aposentados brasileiros
hão de ter especial cuidado com o “conto do fator previdenciário”, que atualmente
é vinculado harmoniosamente em “dose dupla” (por Aécio e Marina), com o
objetivo único e exclusivo de ganhar o “voto vagabundo”.
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