Bem que, antes
de começar o programa, quando entrevistada, a presidente Dilma Rousseff
manifestou a esperança de que fosse um debate "propositivo" (sério,
com apresentação de propostas) para o qual se achava preparada. Como, quando
começou, previsivelmente o Aécio Neves partiu pra baixaria, com destaque para a
corrupção na Petrobrás, o DEBATE acabou melancolicamente em EMBATE.
Isso porque,
evidentemente, Dilma Rousseff não ia ficar calada e passiva ante a saraivada
desferida pela metralhadora giratória do oponente; assim, a cada agressão
sofrida respondia com fatos reais e acontecidos num passado não tão distante.
Como quando, aproveitando o gancho da corrupção da Petrobras, olhando olho no
olho, perguntou ao senhor Aécio Neves: "Candidato, onde estão os
envolvidos com o CASO SIVAM ? Todos soltos. Os envolvidos com a COMPRA DE
VOTOS DA REELEIÇÃO ? Todos soltos. Os
envolvidos na PASTA COR DE ROSA ? Todos soltos. Os
envolvidos no CARTEL DOS
METRÔS E TRENS DE SÃO PAULO ? Todos soltos. Os envolvidos no caso do MENSALÃO
TUCANO MINEIRO ? Todos soltos. Eu
não acho isso moral e nem ético.". E concluiu, contundentemente: O que eu não quero é isso, candidato. Eu quero todos
aqueles culpados presos. É essa a minha indignação, que o senhor não
enxerga.
Como o Aécio
tergiversou, ao afirmar que “A senhora busca comparar outras coisas, muito
diferentes, não queira nos igualar”, Dilma Rousseff foi absolutamente
cirúrgica: “Candidato, gostaria muito que o senhor explicasse aqui para o
telespectador por que isso tudo que eu listei é outra coisa. É outra coisa porque
não foi investigado nem punido.” Aécio Neves emudeceu.
Num outro
instante, quando foi questionado por Dilma Rousseff sobre a construção do
aeroporto na cidade de Cláudio, em terras da família, Aécio Neves afirmou que “o
Ministério Público Federal atestou a regularidade dessa obra” Dilma Rousseff
simplesmente lhe lembrou que: “O Ministério Público não aceitou a ação
criminal, candidato. Mas mandou investigar a obra do aeroporto de Cláudio no
que se refere a IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA”; e aí fez questão
de didaticamente indagar a quem assistia: “Sabem o que é improbidade
administrativa? É MAU USO DO
DINHEIRO PÚBLICO.”
Alfim, uma
novidade que decerto surpreendeu o tucano deu-se quando a Presidenta colocou o
“nepotismo” no cardápio e de forma incisiva, sacou: “Hoje, no Brasil, é
proibido o nepotismo, candidato. E o senhor tem: uma irmã, um tio, três primos
e três primas no governo de Minas Gerais. Agora, pode olhar o governo federal.
Não vai achar um parente meu.”
Enfim, o formato do programa da Band permitiu que
os candidatos se lançassem à jugular do adversário com incrível disposição e
avidez e se agredissem mutuamente.
Daí o DEBATE ter-se transformado em EMBATE e de certa forma decepcionado
o público em geral (conforme manifestações posteriores), porquanto todos
esperavam a apresentação de propostas objetivas do que pretendem fazer pelo
Brasil.
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