Em qual hélice do meu cromossoma, teu hálito se alojou feito
um vírus? Que se reproduz a cada vez que os dias nascem como o novo.
Pergunto por que o dourado nascente é a cor que diz
eternidade até sangrar de saudade de ti, no entardecer deste eterno renovar-se.
E, serenamente, sentindo a brisa de Paracuru, com as notas das marés, chamando
pelo brilho das primeiras estrelas.
Você é linda. Não por apenas ser este raio do amanhecer. É
por todas as constelações desta infinidade que supera o design do meu consumo
conspícuo. É linda além de muito bela. Além dos limites. Amada.
E se os olhos não constam, teus odores amanhecem o prazer.
Os ouvidos despertam com os sentidos de te escutar. As pontas dos dedos
incendeiam tramas infinitas ao toque de tua pele.
E nas praias desertas. Plenas de toda a universalidade, a
paralaxe zero entre o sol e o teu corpo. Tudo é equilíbrio, harmonia, unidade
na identidade inseparável deste momento em que sou, apenas, a parte
observadora.
Tudo é tão claro. Tão limpo. Tão dourado infiltrado de azul.
De nuvens garças, que flutuam como acréscimos de uma inspiração agradável, de
todo o conteúdo das estrelas, dos céus, do mar e da terra.
Suavemente. Lentamente. Como se nunca houvesse termo. Fim. Saudade.
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