Nem quando a humanidade era apenas caçadora e coletora as
pessoas eram abandonadas ou discriminadas. Mesmo com guerras por território ou
para saquear mantimentos entre tribos.
Atualmente todo o trabalho humano é realizado num universo
interligado e interdependente, de modo que a produção, distribuição e consumo é
uma dinâmica necessariamente coletiva. A apropriação da produção como vantagem
do capital é propositiva como mecânica econômica, mas negativa como realidade
das necessidades universais da humanidade.
A pobreza não pode ser aceita a partir desta
universalização, quase orgânica, certamente sistêmica, do trabalho e da geração
de riquezas. Aponta-se para a superação da apropriação privada com a
consequente evolução das relações humanas no sentido do bem estar, da solidariedade
e da proteção coletiva de cada indivíduo.
Nesta semana a Ministra Tereza Campello do Ministério do
Desenvolvimento Social deu entrevista fazendo um apanhado da política do
governo federal. Antes de seguir adiante com o resumo do que ela diz, chamo a
atenção para um segmento de pessoas desinformadas, que argumentam com uma ideia
congelada do país, de modo a sustentar seus preconceitos e o conservadorismo de
ideias.
Retornando ao que informa a Ministra. A primeira coisa é que
a sociedade brasileira apoia os programas de proteção social e quer que sejam até
mais capazes de estimular o progresso das pessoas. Mas há um segmento
preconceituoso, centrado na discriminação ao pobre, que “saiu do armário” e faz
um barulho tremendo nas redes sociais e como colunistas na grande mídia.
Lembra o caso de uma jornalista que disse que pobre só quer
ter filho. Uma típica frase desprovida da realidade. A taxa de fecundidade
brasileira caiu muito, especialmente entre os pobres. Mas é bom lembrar que
existem pessoas com pouca informação, repetem a bobagem, mas se tomam
conhecimento da realidade, mudam suas posturas. Não é o caso de alguns cujo
objetivo é o combate e por isso são impermeáveis à informação.
E em que pé os programas de desenvolvimento social estão? Em
primeiro lugar a rede de proteção social começa a se universalizar, se
multiplicando em todos os municípios. Em segundo lugar é que a sociedade, por
meio do Estado, não mais aceitará que pessoas sofram a pobreza abaixo de certa
linha de renda e que toda vez que isso ocorrer, receberá uma complementação.
A terceira linha é que se necessita garantir o acesso às
necessidades básicas (saúde, educação, segurança etc.) aos mais pobres, pois
são eles os que mais sofrem para acessar os recursos públicos. Adib Jatene,
humanista tão distante de certos doutores, disse: “O grande problema do pobre não ele ser pobre, mas é que os amigos dele
também são pobres. Ele não tem amigo que fala com quem decide, ele não tem
amigo que marca uma audiência, que negocia um financiamento e que elabore um
projeto. Então eles precisam que o governo assuma uma parcela da população, sem
o que eles não têm alternativa.”
E com Jatene encerro este resumo da Ministra Tereza
Campello. A Adib Jatene devo boas lembranças, quando trabalhamos juntos no
gabinete do Ministério da Saúde na época em que ele foi Ministro.
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