TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O "REVOLUCIONÁRIO" - José Nilton Mariano Saraiva

Sob “Xico”, a Igreja Católica tem tudo para “recambiar” algumas almas recalcitrantes, que se transferiram de mala e cuia para as hostes evangélicas por não mais compactuarem com desvios de toda ordem no epicentro do catolicismo e (também) de olho grande em vantagens outras.

É que o “hermano”, até para surpresa de alguns - que o sufragaram na briga de foice em quarto escuro, que é o que é a eleição papal - de certa forma decepcionou-os ao assumir posições vanguardistas, abalando assim as carcomidas estruturas do Vaticano.

Começou por repreender uma cambada de cardeais ultraconservadores (dentre eles alguns seus eleitores), numa reunião de cúpula, chamando-os à responsabilidade e literalmente concitando-os a acordarem da letargia e marasmo em que se imiscuíram, atualizando-se às novas demandas de um universo cada dia mais competitivo e dinâmico, inclusive em termos de escolha da religião e/ou seita.

Num segundo momento, ante o reclamo de uma plêiade de jovens mulheres italianas, que lhe pediu providências para aprovação do celibato, tendo em vista já terem relações sexuais ocultas (e pois proibidas) com religiosos vinculados ao próprio Vaticano, prometeu-lhes estudar com carinho o assunto, porquanto não tratar-se de um dogma religioso, daí a perspectiva da reivindicação ser agendada, mais à frente.

Um outro enfoque merecedor de destaque é que, assim como investiu pesado contra o exército de padres-pedófilos que envergonharam a Igreja Católica, recriminando-os publicamente, e incentivando sua expulsão sumária (sem choro nem vela), agora houve por bem aconselhar os humanos a não procriarem com tanta pressa e avidez, (refrear o sexo) porquanto atividade mais propícia a “coelhos”.

Alfim, e ante a rasgação de seda e o circo armado pelo presidente da França, que transformou o limão numa limonada ao reunir em Paris autoridades de outros países para demagogicamente se posicionaram em favor da tal “liberdade imprensa”, Xico foi por demais categórico, sucinto e objetivo, ao corajosamente se postar contra o status quo e externar seu voto contrário, ao afirmar textualmente que “Quanto à liberdade de expressão, todos têm direito a se pronunciar, mas sem ofender. Há um limite, toda religião tem sua dignidade, e não pode ser entregue à chacota. Não se pode matar em nome de Deus”.

Definitivamente, “Xico” não é Charlie.
  



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