A notória “má fé” da mídia
tupiniquim em relação ao ex-presidente Lula da Silva (extensiva ao PT, ou até
por isso mesmo) é algo incontestável e digna de masturbações sociológicas.
Talvez porque tenham receio que ele volte em 2018 para mais uma vitória
acachapante sobre a “tucanalhada”, a determinação é, desde já, tentar “baldear
o coreto”, criar “factoides” os mais diversos, mentir despudoradamente, chegar
às raias da insensatez.
Como agora, quando um
desconhecido advogado, useiro e vezeiro em impetrar o instrumento jurídico
conhecido por habeas corpus, sem que os envolvidos sejam consultados, resolveu por
conta própria que deveria “defender preventivamente” o ex-presidente contra uma
possível prisão, por conta dessa onda do “Lava-Jato”. Sem tirar nem por, esta,
resumidamente, a versão correta sobre o surgimento do FHC (fajuto habeas
corpus) em favor de Lula da Silva (que o repudiou, ao tomar conhecimento).
Foi o bastante para que a
desonesta oposição ao governo, irmanada com a mídia corrupta, repercutissem nos
jornalões e nas redes sociais uma versão abjeta e irresponsável sobre,
porquanto dando a entender que o ex-presidente houvera impetrado pessoalmente o
tal habeas corpus, com receio de ser detido.
Como a Internet é uma via de multi-mãos,
não tardou para que os apressadinhos de plantão fossem literalmente desmoralizados
e tivessem que se penitenciar (embora tardiamente, já que houvera ganhado o mundo)
pela deslavada mentira divulgada. Confira abaixo.
Sem querer, querendo
“Nenhum desses cuidados primários foi tomado pela redação da Folha de S.Paulo, na quinta-feira (25/6), ao
noticiar, em sua edição digital, que o ex-presidente Lula da Silva havia
ingressado com pedido de habeas corpus preventivo, na Justiça do Paraná, para
não ser preso como acusado na Operação Lava-Jato. A notícia original foi publicada às 11h25. Cinco minutos depois, uma
nota colocada apressadamente dizia: “ERRAMOS – Não foi Lula que pediu habeas
corpus preventivo; ação foi de consultor sem ligação com o ex-presidente”. A
pequena nota corretiva foi substituída muito tempo depois, às 15h07, por um outro
“ERRAMOS”, que informava: “Versão anterior da reportagem ‘Habeas corpus
preventivo pede que Lula não seja preso na Lava Jato’ informou incorretamente
que o pedido de habeas corpus havia sido feito pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva” (ver aqui). O título, o texto e a
chamada na home page do
portal foram corrigidos, mas a versão original já corria pelas redes sociais, impulsionada por uma equipe a serviço do
senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). Mesmo com os sucessivos atentados ao bom
jornalismo que fazem a rotina da imprensa brasileira, difícil acreditar que a
redação da Folha de S. Paulo tenha
cometido um mero erro técnico, uma “barrigada”. Foi mais do que incompetência: foi resultado de um empenho do jornal em
criminalizar o ex-presidente da República, no rastro de um processo que começa
a incomodar alguns dos mais renomados juristas do país, por uma sucessão de
decisões tidas como arbitrárias. O viés condenatório da Folha pode
ser percebido na versão atualizada às 15h32 de quinta-feira, na qual se lê que “segundo o Instituto Lula, qualquer cidadão
pode impetrar o habeas corpus”. O correto e honesto seria dizer,
simplesmente, que “o pedido de habeas
corpus pode ser feito em nome de terceiros por qualquer cidadão”, como saiu
na edição de papel na sexta-feira (26/6) – porque essa é a norma legal, não a
“opinião” do Instituto Lula.
As trapalhadas que se seguiram apenas
aumentaram a repercussão da notícia – e para muitos cidadãos fica a impressão
de que Lula da Silva está na iminência de ser colocado na cadeia – o que não é
verdade, porque ele nem sequer é investigado. Os
outros jornais alimentam essa versão ao publicar textos ambíguos – por exemplo,
o Estado de S. Paulo diz
que Lula “nega que seja o autor do pedido” – frase que não se justifica depois
que o impetrante do habeas corpus admitiu ter agido por conta própria. O episódio dá razão aos impertinentes que
chamam aquele jornal de “FALHA DE SÃO PAULO”.
**********************
Alfim, e a fim de dissipar quaisquer dúvidas, em nota oficial o
juiz da Lava Jato, Sérgio Moro (que está, sim, doido pra pegar o ex-presidente),
houve por bem se pronunciar: “A fim
de afastar polêmicas desnecessárias, informa-se, por oportuno, que não existe,
perante este Juízo, qualquer investigação em curso relativamente a conduta do
Exmo. ex-Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva”.
Particularmente,
entendemos que, como a porteira foi aberta, o risco é que a Justiça do Paraná
de repente se veja sufocada de habeas corpus preventivos impetrados por milhares
e milhares de pessoas que, a partir do governo Lula da Silva se descobriram vivas,
se descobriram existir, se descobriram cidadãos do mundo.
Alguém duvida ???
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