Meses atrás, quando, ao vivo
e a cores para todo o Brasil, o mafioso Deputado Federal Roberto Jefferson resolveu “abrir o bocão” e denunciar o então
todo poderoso Chefe da Casa Civil do Governo Federal, José Dirceu, como comandante de uma suposta quadrilha que assaltava os cofres
públicos (no presumível esquema que ficou conhecido como “mensalão”), talvez não
tivesse avaliado bem as conseqüências que poderiam advir de tal ato; como
resultado, dias após o senhor Roberto Jefferson apareceu de público com o rosto
bastante deformado (um dos olhos inchado e roxo), característica maior que
sofrera uma agressão pontual e violenta; no entanto, inquirido sobre, desavergonhadamente
e por certo temeroso de algo pior, preferiu creditar a repentina transformação facial
“frankesteniana” a um mero “acidente doméstico” (houvera “trombado” com um
móvel, em casa, desconversou).
Embora um
silêncio sepulcral e conveniente tenha sido a resposta da mídia tupiniquim sobre,
sabíamos todos, intimamente, que uma espécie de “corretivo” houvera sido
providenciado por quem se achou prejudicado (presumivelmente, o próprio Dirceu). Mas, na impossibilidade de se provar tal assertiva,
a coisa morreu aí e o desfecho todos sabemos: por conta da denúncia de
Jefferson, Dirceu acabou mesmo sendo condenado e preso com mais uma “ruma” de
gente, com base num tal “domínio do fato”, novidade importada da literatura
jurídica alemã (que dispensa o uso de prova e privilegia a simples denúncia, indo, pois, de
encontro ao que preconiza a nossa Constituição Federal).
A
reflexão tem a ver com o quadro atual: todos sabemos, de cor e salteado, que o Deputado
Federal e atual Presidente da Câmara Eduardo
Cunha é um bandido da mais alta periculosidade (é só acessar a sua caudalosa e extensa
“folha corrida” para constatar) com o agravante de se achar um “messias” que
salvará o Brasil do caos. Ele e somente ele, será capaz de colocar de novo o país
nos trilhos. E para tanto, todos os métodos são válidos, inclusive e
principalmente a intimidação, a ameaça, o jogo sujo e pra lá de pesado. E com
um requinte de “cosa nostra” (máfia) implícito: a “terceirização” de tudo isso,
via colegas Deputados Federais, que dele
receberam favores e propinas e se prestam a tão infame papel.
E, como no momento atual brasileiro, os
“delatores-bandidos” são os “heróis” de uma mídia corrupta e desonesta, o recente depoimento de um deles, o senhor
Júlio Camargo, foi fundamental para confirmar o que de antanho já
sabíamos: que o “violento” Presidente da Câmara dos Deputados, senhor Eduardo Cunha, exigiu e
foi um dos beneficiários da enxurrada de dinheiro que jorrou das transações
ilegais praticadas por meia dúzia de bandidos no âmbito da Petrobrás (exigiu e levou
05 milhões de dólares).
Como quem
o orientara a “abrir o jogo” fora a advogada Beatriz Catta Preta, esta e a família agora se acham no “olho do furacão”, já que ameaçada pela “tropa de choque” do senhor Eduardo Cunha. E o “recado”
foi tão brabo e violento que a causídica em questão anunciou sua intenção de
“pendurar as chuteiras” e se mandar do país, embora relativamente jovem e no auge da fama profissional.
O difícil
de entender em todo esse processo é o “porquê” dos senhores Eduardo Cunha
(Presidente da Câmara) e Renan Calheiros (Presidente do Senado) ainda não terem
sido “convidados” para uma conversa com o “astro global” momentâneo, juiz Sérgio Moro, já que comprovadamente envolvidos até o pescoço
(como beneficiários) nessa bagunça toda.
Particularmente,
entendemos que a prisão de todos os políticos envolvidos, independentemente da
filiação partidária e posição hierárquica, constitui-se uma necessidade
imperiosa, objetivando mostrar para a sociedade que depois desse vendaval não restará
pedra sobre pedra (como, aliás, lá atrás já previra a presidenta Dilma Rousseff).
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