Tida
no meio “judiciário prisional” como um revolucionário
instrumento no combate à criminalidade, porquanto capaz de permitir
o monitoramento diuturno daquele marginal liberado da prisão
propriamente dita (o cárcere), para cumprir “prisão domiciliar”
(em casa), a tal da “tornozeleira eletrônica” já provou que não
passa de um colossal embuste (e, por extensão, desmoralizante da
prisão domiciliar).
Incrustada
no tornozelo daqueles bandidos de maior “prestígio” (grana) e/ou
dos que apresentam “bom comportamento” (estratégia enganadora,
mas às vezes eficaz), teoricamente a tal “tornozeleira eletrônica”
seria capaz de fazer com que o não cumprimento do castigo por parte
do bandido (ficar dentro de casa durante todo o dia) de pronto o
trouxesse de volta à prisão, porquanto facilmente localizável na
transgressão do que fora pactuado.
Como,
no entanto, na nossa estrutura prisional a área de “recursos
humanos” é por demais pobre e deficitária, faltam agentes para
acompanhar o “monitoramento eletrônico” ou mesmo para se fazer
presente (por falta de recursos materiais) numa possível detecção
de fuga por parte dos “privilegiados usuários” da tal
tornozeleira. Como consequência, a imprensa já flagrou (e filmou),
bandidos de “prestígio” (grana) que dela fazem uso, “melando o
bico” (enchendo a cara) em plena orla da badalada praia de Ipanema,
sem serem importunados; também, já tivemos bandidos que foram
liberados por “bom comportamento” (usando a respectiva), sendo
presos em flagrante na prática de assalto e retornando ao “lar
doce lar”. Na Internet, então, já há “didáticas lições”
(um autentico e pormenorizado manual) de como se livrar da malfadada
(e inútil) tornozeleira.
Tal
reflexão é só pra lembrar que, depois de ter feito a tal “delação
premiada”, onde incriminou meio mundo e mais a outra banda, o tal
Nestor Cerveró (vulgo “farol baixo”, para os íntimos) acaba de
ser liberado para passar o Natal e Final de Ano em casa, no aconchego
do lar, junto aos familiares. Evidentemente que usando a
“tornozeleira eletrônica” (serão cerca de 10 dias de “folga”,
antes do possível retorno à prisão).
Mas,
aqui pra nós, uma dúvida atroz (e que ninguém nos interprete
erroneamente): com vultosos e comprovados depósitos em bancos do
exterior (oriundos da propina na Petrobras), com a família e uma
legião de amigos dispostos a protegê-lo (por cima de pau e pedra),
e já condenado em um dos processos (e com perspectiva de condenação
em outros), será que a “tornozeleira eletrônica” se constituirá
intransponível obstáculo para, ao invés de “VOLTAR” (à
prisão) Nestor Cerveró preferirá “VOAR” (para a liberdade,
mesmo que bandida) ??? Afinal, o próprio advogado de Cerveró,
atualmente preso pela Operação Lava Jato, já declinou para um dos
seus filhos (que gravou a conversa), que “cansou” de ilegalmente
transportar bandidos, via terrestre, para o Paraguai, de onde se
mandaram rumo à Europa. Ou restará ao “farol baixo” uma nesga
de dignidade e honestidade, para pagar pelos malfeitos aqui
praticados ???
E
então, Nestor Cerveró VOLTARÁ ou VOARÁ, essa a pergunta que todos
se fazem.
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