O
“ROTEIRO DO GOLPE” - José Nílton Mariano Saraiva
Atualmente
operacionalizado pelo juiz Sérgio Moro e seus amestrados e
obedientes colaboradores de Curitiba, o “roteiro do golpe”, que
hoje assistimos atônitos, visando derrubar uma Presidente eleita
democraticamente por quase 55 milhões de votos, está perfeitamente
delineado em uma nossa postagem anterior, que denominamos “O
Catecismo do Juiz Moro”.
Na
verdade, trata-se da dissecação de um pormenorizado documento
elaborado pelo próprio, no principiar de 2001, que se baseia “pari
passu” no movimento ocorrido na Itália, em meados de 1992, que
ficou conhecido por “Operação Mani Pulite” (Operação Mãos
Limpas) e que, a pretexto do combate à corrupção, resultou em
prisões arbitrárias, suicídios, quebradeira generalizada, mortes e
a própria desestabilização sociopolítico-econômica do país.
Importante
salientar que, naquela oportunidade (2001), o juiz Moro, como que a
exteriorizar um recôndito desejo íntimo, assim se expressou,
contundentemente; “No Brasil, encontram-se presentes várias das
condições institucionais necessárias para a realização de ação
judicial semelhante. Assim como na Itália, a classe política não
goza de grande prestígio junto à população, sendo grande a
frustração pelas promessas não-cumpridas após a restauração
democrática”.
Para
tanto, Moro ficou à espreita da oportunidade de pôr em prática os
ditames do seu “catecismo”, independentemente das flagrantes
arbitrariedades nele contidas; assim, a descoberta das falcatruas
perpetradas na Petrobras constituiu-se uma espécie de “cereja no
pudim”, que ele tanto aguardava.
De
princípio, e contando com a criminosa e inestimável colaboração
do próprio Supremo Tribunal Federal, que literalmente “sentou-se”
sobre a ilegalidade de uma ação atinente a tal ato, Moro tratou de
“centralizar” em sua Vara, em Curitiba, todos os processos que
tratavam de corrupção, independentemente que ocorressem em
Curitiba, no Acre, São Paulo ou no Piauí. Para aquele tipo de ação,
ele era “o cara” e fim de papo. E assim, até hoje a ação
questionadora sobre, continua dormindo em alguma gaveta de algum
membro do Supremo (é, portanto, o Supremo, cúmplice das
fanfarronices patrocinadas pelo Moro e não pode reclamar).
Num
segundo momento, cooptar a imprensa, a fim que servisse de “caixa
de ressonância” às suas peraltices, não foi difícil para Moro,
porquanto todos sabemos do arraigado e profundo sentimento
antipetista que viceja nas redações e TV tupiniquins. Por essa
razão, adotou-se o sistema de “vazamentos seletivos” (já
presentes na Itália, naquela época) de trechos das delações
premiadas firmadas por bandidos confessos, só que numa via de mão
única (os adversários do governo, embora citados, jamais foram
importunados).
Vencida
tal etapa, nada mais apropriado que “deslegitimar a classe
política” e, se possível, exterminar os respectivos chefes que
possam atrapalhar seus planos. Não é sem razão, pois, a tentativa
de Moro de, neste momento, atribuir ao PT (e só ao PT, já que está
no poder) a pecha de “quadrilha organizada” para surrupiar o
erário, embora todos saibamos que são várias as agremiações
envolvidas até a medula nos atuais esquemas de apropriação
indébita. Na sua opinião, o processo de deslegitimação política
é essencial para a continuidade da Operação Lava Jato.
O
próximo passo foi, simplesmente, estuprar a própria Constituição
Federal, indo de encontro ao que ali reza; assim, prisão sem provas
tornou-se algo banal e corriqueiro, bem como a presunção de
inocência virou letra morta; prende-se alguém, joga-se no fundo de
uma cela e fica-se à espera de que a tortura psíquica finde por
demolir qualquer resquício de resistência, dai as delações em
profusão, certamente eivadas de mentiras. Quem não se submeter, que
mofe na prisão (os advogados não podem advogar, já que lhes é
negado o aceso aos processos).
Moro,
entretanto, certamente que picado não pelo mosquito da dengue-zika,
mas pela mosca azul, acaba de cometer um erro grosseiro e que poderá
comprometer o festival de arbitrariedade da sua “querida”
Operação Lava Jato: de forma sectária e prepotente, tentou reduzir
o maior ícone do partido, o ex-Presidente da República, Lula da
Silva, a “sulfato de merda”, atribuindo-lhe participação, até
hoje não comprovada, em esquemas mafiosos. Para tanto, exorbitou, ao
emitir uma ordem de “condução coercitiva” contra o
ex-Presidente da República, sem que, antes, tivesse havido sequer
alguma notificação e, consequentemente, recusa do próprio,
princípio básico que até um aluno jejuno de Direito sabe de cor e
decorado. Alertado, e à falta de argumento consistente, foi
sarcástico e arrogante: a “coercitividade” visou garantir a
segurança do “conduzido”. Quanta soberba !!!
As
reações surgiram das mais diversas autoridades jurídicas,
inclusive do Ministro do Supremo, Marcos Aurélio Melo, que ironizou
Moro, ao afirmar que só falta ele construir um muro divisório na
Praça dos Três Poderes, em Brasília; enquanto isso, nas ruas, os
confrontos já se acirraram perigosamente, e teme-se que, se a
“perseguição implacável” (já que sem provas) contra Lula da
Silva continuar, corre sério risco a nossa incipiente democracia,
abrindo um generoso espaço aos plantonistas do caos (Aécio Neves e
seu séquito de bajuladores).
Será
que Moro vai pagar pra ver ???
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