Já alertávamos, lá atrás, em uma
de nossas postagens, que após permitir que a tal Lava Jato impunemente pintasse
e bordasse (através do estupro diuturno da Constituição Federal), algum dia os
integrantes do Supremo Tribunal Federal haveriam de sentir-se “ameaçados” na
sua teórica condição de “guardiões da Constituição” e tenderiam a partir para o
revide, a fim de mostrar “quem manda mesmo no pedaço” (definição jurídica
final).
Pois bem, como a “corda” foi
generosa e magnânima, capaz de afagar o ego até do mais insensível dos seres,
(por parte de uma mídia desonesta e parcial), os ”lavajateiros”, à frente
Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e Gelbran Neto, perderam as
estribeiras e abertamente assumiram a condição de “semideuses”, capazes de tudo
e abrangendo todos, quer através de chantagens e mentiras, quer pela
disseminação de um clima de terror generalizado, capaz de transformar a
simpática Curitiba (sede da Lava Jato) numa terra a ser evitada de qualquer
maneira, por gregos e troianos. Até porque, guardada as devidas proporções,
“descer” pra Curitiba seria como que adentrar Auschwitz, o famigerado campo de
concentração nazista (afinal, até prova em contrário, a tortura psíquica,
especialidade de Sérgio Moro, é tão ou mais dolorosa e devastadora quanto à física).
E o retrato emblemático das
ilegalidades nos interrogatórios que ocorriam em Curitiba pode ser observado
pela transcrição de parte do embate entre a defesa de Marcelo Odebrecht e o
então todo poderoso Sérgio Moro, a saber (ipsis litteris):
Defesa de Marcelo
Odebrecht — Antes que Vossa Excelência encerre a gravação,
estou vendo aqui, no site Antagonista, que o depoimento do senhor Marcelo está sendo transmitido, neste exato
momento, EM TEMPO REAL, de sorte a desrespeitar a determinação de
Vossa Excelência do segredo de Justiça. Está aqui. Quer que eu coloque para Vossa Excelência? (…) E SÓ
PODE TER VAZADO AQUI DE DENTRO. Então, nós estamos numa
situação de flagrância. É só entrar no site e ver.
Juiz Sergio Moro — Tá… Ehhh… A gente
trata disso sem precisar da gravação aqui.
Defesa de Marcelo
Odebrecht – Não, não, faço questão que isso fique registrado
aqui.
Juiz Sergio Moro – Não, sim, mas…
Defesa de Marcelo
Odebrecht – Vossa excelência não quer ver a fidelidade da
transmissão?
Juiz
Sergio Moro – Sim, doutor. Mas é uma questão pertinente ao
interrogatório dele [Marcelo Odebrecht]. Nós tratamos na ata. Pode interromper
a gravação.
Ou seja, surrealisticamente, com
autorização expressa do juiz Sérgio Moro, um depoimento tido como “segredo de
justiça” estava sendo transmitido (vazado) “ao vivo” para um site pra lá de
suspeito, na Europa, a fim que fosse divulgado quando se tornasse conveniente à
bandidagem.
Não é de se estranhar, pois, que
hoje, quando (até que enfim) os integrantes do Supremo Tribunal Federal parecem
ensaiar um “bater de frente” com os “lavajateiros” (depois que o “objeto de
desejo” – condenação e prisão de Lula da Silva, foi alcançado), estes se
apeguem aos mesmos métodos sujos para “vazar” ao mesmo site (O Antagonista)
possíveis malfeitos do atual Presidente do STF, praticados lá atrás. É o
“método Moro” de agir e fazer (e o seu “banco de dados”, convenhamos, deve
contemplar milhões de patrícios, todos sujeitos à “deduragem” a qualquer
momento).
Fato é que, se tivéssemos um
Corte Maior expedita, atuante e que se fizesse respeitar, a essa altura Sérgio
Moro e seus procuradores estariam pagando caro pelas cabeludas e infindáveis
barbaridades que perpetraram desde o nascimento da tal Operação Lava Jato (mas,
pagarão, mais cedo ou mais tarde).
E o país não estaria a
experimentar a vexatória situação que atravessa, refletida na esculhambação
jurídica vigente, permissiva a que alguém seja condenado por "atos de
ofício indeterminados" antes mesmo do processo acusatório chegar ao seu
desenlace final, ao arrepio, pois, do que preconiza a Constituição
Federal.
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