Alain Delon,
lenda do cinema francês, morre aos 88 anos
Ator ficou mundialmente conhecido por
sua atuação no filme "O sol por testemunha".
18/08/2024 04h33 Atualizado há 2
horas
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Alain Delon morre
aos 88 anos
O ator francês Alain Delon morreu aos 88 anos neste domingo (18). De
acordo com a agência de notícias AFP, a família de Delon informou que ele
faleceu em sua casa em Douchy-Montcorbon, na França. A
causa da morte não foi divulgada.
Ícone do cinema francês, o artista conquistou os corações de milhões de
fãs com suas interpretações icônicas de assassinos, bandidos e matadores de
aluguel no auge do pós-guerra.
Delon é descrito por especialistas e artistas como um "gigante da
cultura francesa". Esteve à frente de filmes como O Sol por Testemunha,
Rocco e Seus Irmãos e O Leopardo. Apesar do sucesso em seu país,
ele nunca alcançou o mesmo nível de fama em Hollywood.
Sua última grande aparição foi para receber uma Palma de Ouro honorária
no Festival de Cinema de Cannes, em maio de 2019. Após sofrer um AVC no mesmo
ano, Delon passou a viver recluso em sua propriedade, e sua família chegou a
declarar que ele manifestou o desejo de se submeter ao suicídio assistido.
Nas redes sociais, o presidente da França, Emmanuel Macron, lamentou a
morte de Delon:
"Alain Delon interpretou papéis lendários e fez o mundo sonhar.
Emprestando seu rosto inesquecível para sacudir nossas vidas. Melancólico,
popular, reservado, ele era mais do que uma estrela: era um monumento
francês", postou Macron no X (antigo Twitter).
A marca Dior também lamentou a morte do ator, que não era apenas um
ícone nas telas, mas uma referência fashion, sendo o rosto da marca durante
décadas.
Ele foi um ator notável e, acima de tudo, um amigo da Casa Dior por
muitos anos; nossos pensamentos estão com sua família e amigos.
O
auge nos anos 60 e 70
Antes de se tornar uma estrela de cinema, Delon, nascido Alain Fabien
Maurice Marcel Delon em 8 de novembro de 1935, em Sceaux, Hauts-de-Seine,
França, começou sua vida profissional como aprendiz de açougueiro, trabalhando
ao lado do pai.
Mais tarde, alistou-se como fuzileiro naval e, em 1953, foi enviado ao
sudeste asiático. Após ser dispensado em 1955, Delon fez vários trabalhos
temporários e tornou-se amigo de alguns atores de cinema, com os quais
compareceu ao festival de cinema de Cannes em 1957.
Durante o festival, Delon chamou a atenção de um caçador de talentos do
produtor americano David Selznick, que lhe ofereceu um contrato com a condição
de aprender inglês. No entanto, após conhecer o diretor francês Yves Allégret,
Delon decidiu seguir carreira na França.
Considerado um dos grandes galãs do cinema entre as décadas de 1960 e
1970, Delon estrelou mais de 80 produções cinematográficas, incluindo clássicos
como "O Sol por Testemunha" (1959) e "Cidadão Klein"
(1976).
Em fevereiro deste ano, a
polícia apreendeu 72 armas de fogo e mais de 3 mil munições na casa do ator. Ele
não tinha licença para possuir armas de fogo.
A
decisão do suicídio assistido
A decisão de recorrer ao suicídio
assistido foi um desdobramento de seu estado de saúde. Em 25 de
março, o perfil oficial de Alain Delon no Instagram publicou o que muitos fãs
interpretaram como uma mensagem de despedida.
"Gostaria de agradecer a todos que me acompanharam ao longo dos
anos e me deram grande apoio. Espero que os futuros atores possam ver em mim um
exemplo, não apenas no trabalho, mas na vida cotidiana, com suas vitórias e
derrotas. Obrigado, Alain Delon."
Pouco tempo depois, a conta foi apagada. Delon, que sofreu um AVC em
2019, mencionou várias vezes a possibilidade de recorrer ao suicídio assistido,
especialmente após presenciar o sofrimento de sua esposa, Nathalie Delon. Ela
também tinha a intenção de optar por essa prática, mas faleceu em 2021 devido a
um câncer de pâncreas, antes de conseguir as autorizações necessárias.
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