TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

A revolução possível X Projetos de poder






Por Chacal




A Utopia existe na possibilidade de mudar as coisas. Chutar o balde, entregar o mundo a própria sorte, não faz parte da cartilha libertária.

Hoje as grandes multinacionais, as grandes instituições financeiras dominam o capital e detém o poder. Que pode o poder político contra esses tiranossauros dos tempos que voam? QUASE nada.



Hoje o que se vê, são Projetos de Poder. Plataforma política? Nenhuma. A pólis, o bem comum, ficam completamente inviabilizados pelos grupos empresariais que elegem seus representantes no Congresso, Assembléias e Câmaras municipais para defender seus interesses. Como resolver o problema do trânsito, urgente nas grandes metrópoles, se as chamadas bancadas inviabilizam as leis para melhorar o setor. Quando não é o poder judiciário, também no bolso do capital, pressionado pelos lobbies, que decidem sempre a favor das grandes empresas. E a mídia, o quarto poder, que também noticia de acordo com o interesse dos anunciantes. Enfim, o Estado se apequenou, se amesquinhou para o capital poder ter cada vez mais poder. A iníqua distribuição de renda está aí para provar que o capital ainda está na mão de poucos em detrimento de muitos.



No Brasil, temos a exemplar trajetória do PT. De partido ligado às bases sindicais do ABC paulista somado a elite intelectual do país transformou seus ideais socialistas em violento Projeto de Poder, aparelhando ministérios e estatais para se preservar no poder político durante muitos anos. Na verdade, era fazer o aparelho, quinhentos anos nas mãos das elites industriais e agrárias do país, mudar de mãos. Como colocar em prática seus ideais se na hora de votar as leis, as bancadas rurais, evangélicas, mensaleira sanguessuga, inviabilizavam no voto as mudanças? O PT perdeu a grande chance, ao se eleger, com enorme apoio popular, por não ter convocado a opinião pública para presidir com ele. De forma transparente, aproveitando a grande esperança que se espalhava pelo país. Preferiu, talvez com medo que a mídia que manipula a opinião pública, não cedesse suas páginas, manipuladas pelo capital internacional, como dizia o velho Brizola, fazer o jogo vil do toma lá, dá cá, que permitiria o apoio do Congresso às reformas necessárias na previdência, na política, no judiciário, etc, etc. O PT se perdeu aí.



Mas o presidente Lula, com seu carisma inato e sua enigmática esfinge, conseguiu sobreviver a hecatombe de denúncias promovidas por uma poderosa elite acuada, conseguindo se desgrudar do partido que ele ajudou a criar. Verdade ou mentira? Mentira ou verdade? Pouco importa. O que importa é que Lula deu um upgrade na política interna e externa brasileira, enfrentando o grande capital internacional, abrindo o mercado para as exportações e no plano interno, minorando no possível, a péssima distribuição de renda com programas sociais possíveis. Lula vai para um segundo mandato. Aprendeu com o primeiro que o buraco é mais embaixo. Deveria criar condição do Estado ter um eficiente sistema de comunicação por rádio, tv e jornal para divulgar seus projetos e entusiasmar o povo. Coisa que os evangélicos e o capital já fazem há muitos anos. É urgente enfiar a mão nesse ninho de marimbondos. Pessoal competente ele tem para isso: uma imensa juventude interneteira que está sempre disposta à mudança. Projetos nessa área se encontram no site Overmundo e nos Pontos de Cultura. Cabe ao Lula Reload infoviabilizar esses projetos.



A força do capital internacional, que tem em Bush seu testa de ferro mais evidente, é QUASE impossível enfrentar. O neoliberalismo, o sistema hegemônico que preconiza o Estado Mínimo, agindo apenas como força de repressão aos movimentos sociais, não é um bicho de sete cabeças. Dá para enfrentá-lo, usufruindo de suas benesses, acolhendo aliados com as mesmas necessidades eventuais e formando blocos ao sabor dos interesses conjunturais. Saber jogar o jogo, é o que se impõe em todos os planos, internos e externos. E ter sabedoria e coragem de jogar. O neoliberalismo não é uma corrente elétrica sem interruptor. Existe um dentro de cada um de nós chamado ENTUSIASMO PARA VIVER, CORAGEM PARA ENFRENTAR.

Do site Cronópios

http://www.cronopios.com.br/site/default.asp

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