abaixo de zero,
teus olhares me deixaram,
congelado,
concentrado,
nenhum pingo de suor,
umidade de expiração,
apenas um bloco gelado.
e peguei o destino dos icebergs
pelas correntezas dos mares,
um cubo translúcido,
deslizando aos olhos teus,
congelado,
concentrado,
um rasgo de coração ateu.
e assim naveguei,
abaixo de zero,
ao efeito de teus olhares
desgarrado da Antártida,
orientando-me pela estrela polar,
passando através do buraco de ozônio,
em busca de teus braços tropicais.
e aqui estou,
expondo todo o bloco,
congelado,
concentrado,
só para me derreter
nos laços dos braços teus,
diluir toda pedra,
abaixo de zero,
que um dia teu olhar fez.
3 comentários:
Um primor!
Lindo,lindo,lindo!!!
Tenho vários olhares...
Um deles está congelado
num doce momento mágico
quando cruzou com o teu...
Tenho muitos olhares
de brilho, e de opala...
de espantos, de madrugada
de profunda sonolência,
e cansaço...
Tenho teus olhares guardados
uns, extremamente irônicos
outros , visivelmente amorosos
Mas sempre mirados,
no tempo que ainda vejo
Tenho olhares perdidos,
nos abraços dados...
coração ferido
Por setas incertas
feridas lambidas
e jamais curadas
Tenho o olhar invisível
que sinto pousado em mim...
Santo ,Divino...
Esse olhar, cuida de mim!
Poema gélido que faísca!
Um abraço.
Postar um comentário