choro da distância
sem ti,
sou uma cabeça guilhotinada,
um tronco sem membros,
uma luz sem fonte,
uma oração sem ponto final.
sou revolução sem muda,
amor sem cria,
virtude de uma nódoa
e todo resto uma mancha.
vem amor,
larga tudo e volta,
faz zero absoluto,
calor de uma super nova,
precipito-me em buraco negro.
vem depressa,
o próximo segundo é longo,
um passo: anos luz,
um silêncio: a singularidade
atemporal: antes do big bang.
vem igual,
antes da bioquímica,
minhas endorfinas se esgotam,
e todo entusiasmo poético,
apenas letras grafadas.
chama revolucionária
acorda companheiros,
as florestas foram invadidas,
os salários corroídos,
a violência canta,
o trânsito mata.
camaradas às asas da liberdade,
um mundo para todos,
a vida irmanada em solidariedade,
quando sol é sol,
se lua, assim reconheçamos.
até a última força,
da musculatura exaurida,
nossos braços dados,
numa corrente que cobre o abismo,
que separa feito do efeito.
companheiros de luta,
antes que pinguem os cifrões,
um brinde on the rocks,
uma loura deslumbrante,
uma camionete 4 x 4,
uma pança gordurosa.
2 comentários:
"sem ti,
sou uma cabeça guilhotinada,
um tronco sem membros,
uma luz sem fonte,
uma oração sem ponto final."
Um apêlo de amor
vira reza universal ,
com amém , no final !
Sentimento que entrega os pontos é tão humano ...
Mas , quem ensinou ao homem ?
O comportamento amoroso é tão louco ...
Dá pra morrer de desgôsto !
Voltar a ser o zero da reta numerada ...
"n" pontos no infinito da saudade !
Teu u coração merece um barco , voltando do mar , e atracando no teu cais !
Um amor que volta ,
volta também com os olhos salgados ... querendo um afago , um pingo de mel !
Boa sorte , poeta !
Até cantarolei uma música das antigas , que Nelson gravou ...
"É destino , meu amigo ... Ela
voltará ..."
As vezes você lembra Chico , Adelino Moreira , Thiago de Mello , Ferreira Goulart , Adélia Prado ... Eu gosto de todos os elos e elas , que me faz lembrá-lo !
Poesia até o fim, para beber e ser bebido por ela. Muito, mas muito imprescindível é a poesia.
Valeu poeta
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