Manoel Barros
Nesses dias, eu estava vindo de Crato para Juazeiro, à noite. Tinha chovido mais cedo. A terra estava molhada; nossa Região já é bonita e fica muito mais bonita nessa época de chuvas. Vinha eu e minha família a exalar aquele cheiro bom que só a natureza nos proporciona. A brisa a tocar nas nossas peles, quando de repente entra pela janela um cheiro bem familiar dos eucaliptos tombados na estrada. Velhos eucaliptos haviam sido todos eles cortados porque, entre eles, nasceram grandes postes de iluminação pública, que, por sinal, foram mandados para todas cidades brasileiras por conta de um projeto federal com o fim de baratear o custo da energia elétrica, que se diferenciam uns dos outros pelas cores do município ao qual foram destinados.
Eles, os eucaliptos, cortados por conta de quê? Será que estavam atrapalhando a métrica entre os postes? Ou a visualização das placas?
Até os postes reclamavam, com seus braços abertos, por tamanha cena.
- Cadê os defensores da natureza? Greenpeace, Fundo Mundial para a Natureza, será que andam salvando as baleias? E nossos eucaliptos, quem os salva? Quem poderá nos devolver? Aí, venho eu me lembrando do grande poeta Tomzé: “Sê como o machado, que fere o sândalo e ainda quer sair perfumado”.
E ELES SÃO QUE NEM O MACHADO QUE FERIU OS EUCALPITOS E AINDA QUEREM SAIR PERFUMADOS.
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