TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 19 de agosto de 2008

NADA DE NOVO


E pensando sei que não há nada desses vendavais cochichando nas orelhas dessas mangueiras que eu não saiba...
Nada desses espasmos coléricos vistos em trovoadas,que meus filhos mais novos já não tenham brincado, como brincam e vislumbram o ímpeto furioso na força centrípeta do pião movido pela ponteira entrelaçados nos dedos e o braço fino que o dá vida.
Esses ais de tiros, de mil mazelas...puro reflexos de nós mesmos, nada de novo para a retina cansada, nada de novo para o ouvido faminto.
E nesses dias muídos pelas dores, nessas flores de cera sobre a mesa de minha mãe...paira aí a síntese do homem:
A dor de não ser capaz de fazer mais nada, e nossa vida se reflete como os ecos no bosque cuspido pelo ladrar de cães.

3 comentários:

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

S�vio,
� bom encontr�-lo por aqui de quando em vez e saber dessa poesia que dia a dia nos acostumamos a ela.

Antonio Sávio disse...

Obrigado pelo comentário Salatiel. É um prazer poder comentar por aqui.

socorro moreira disse...

Você é tão menino ainda , Sávio...Mas a dor não tem idade .
Tua poesia tem séculos de sensibilidade !


Abraços , poeta !