Foto: Renato Luiz Ferreira
Ainda cá, no mesmo local de sempre
Vivo com meu olhar de cão perdigueiro.
Não a caçar perdizes, mas na mesma ânsia do cão faminto, caço sobre o mundo, as nuances dos finais de tardes.
Ainda caço o negror da pupila reluzente a me olhar pelo canto do olho, assim como ainda insisto nas buscas das pele brancas e trigueiras ao longo das madrugadas.
Persigo após o pó das eras, a última gota do cuba libre, que me solta os instintos mais primitivos...
Com a lupa sobre o mundo meu anjo, rastejo a língua como uma cobra, a perseguir os sabores, o olfato os cheiros e a retina cansada, as matizes que pousam sobre o meu opaco olhar.
E cá estou sobre o mundo, sendo eu ainda o mesmo: esta forja de pecados e mesma labareda de desejos.
2 comentários:
um fôlego sereno
esgotado de sensibilidade -
com o alforje cheio de "pecados".
Maravilhoso, Antônio Sávio.
Abraços.
O poeta é como o vinho
Quanto mais velho, melhor
Assim também, a poesia
Quanto mais degustada
Mais gostosa
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