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A PROCISSÃO
No véu da noite subia a escultura
De madeira toda, era carregada
E a sua silhueta delineava
O limite dos cânticos de uma cultura
A cada passo o cordão se engrandecia
Velas acesas, procissão católica
E a cada passo o chão que se abria
Mar vermelho e laranja de força eólica.
Que passa ali, perguntei, - é santo ?
Respondeu-me veemente uma caveira
-não sabes, por que a ti causa espanto ?
não reconheces o teor da procissão ?
eis que te digo, mortal inerme,
Teus sonhos vão naquele caixão !
Dihelson Mendonça
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