No fundo do mar tem muitos peixes.
Não cabe mais ninguém.
Não deixemos que nossos barcos afundem.
No fundo do mar já tem muita porcaria.
Não sujemos o mar com nossas carcaças.
Fiquemos cá mesmo no pântano.
Quase sem oxigênio.
Quase ruindo nosso mundo.
Mas é sentindo nossas sandálias
sobre nossos próprios despojos
que caminhamos melhor.
Batendo o cansaço,
bunda na calçada
e um olhar distraído pras nuvens.
Lá nos céus também muitos pássaros.
Fiquemos cá mesmo no nosso pântano.
Aos suspiros,
e aos pesadelos.
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