Este 6 de março de 2009 assinala 120 anos da primeira ocorrência das manifestações ocorridas na pequena e humilde capela de Nossa Senhora das Dores – iniciadas em 6 de março de 1889 – e que passaram à história como o “Milagre da Hóstia”. Muitos são os que se aventuram a procurar uma explicação para este fenômeno. Como sempre, alguns beócios levam o acontecimento no deboche, com piadinhas reles. Outros, extáticos, procuram interpretações sobrenaturais. O bom senso – creio eu- – é aguardar o desenrolar dos estudos e interpretações, ora em curso no Vaticano, quando virá o juízo sensato da Igreja Católica. Roma lucuta, causa finita est (Roma falou, a causa acabou).
A mim, particularmente, interessa-me ver o fato pelo lado histórico.
Corria 1889. Ano fatídico. Da queda da monarquia e da proclamação da república. Segundo Amália Xavier de Oliveira; “A pequena povoação de Juazeiro, humilde e desconhecida da maior parte dos brasileiros, situada ao sul do Ceará, contava então com cerca de 80 casas entre casas de tijolo e telha, taipa e telha, taipa e palha de babaçu. Não havia mais de 4 centenas de habitantes, na sua maioria, pobres e pouco letrados. Guiados por um sacerdote zeloso, entregavam-se às fainas agrícolas, nos anos de bom inverno. Aquele ano estava ameaçado de nova calamidade, chegara a época das chuvas e não chuvera”.
Na noite de 5 para 6 de março, mulheres piedosas rezavam – na humilde capelinha construída pelo Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro – pedindo para Deus mandar as chuvas. O Padre Cícero passou à noite atendendo confissões. Entre 04h30minh e 05h00minh, suspende as confissões e vai dar à comunhão às mulheres. Uma delas, Maria de Araújo, ao receber a comunhão sente a hóstia virar sangue.
O resto desta história é conhecido por todos. Algumas conseqüências desse fato, entretanto, ainda causam espantos nestes tempos globalizados. Por exemplo: não foi o Padre Cícero quem deu publicidade ao acontecimento. Quem o divulgou foi o virtuoso monsenhor Francisco Rodrigues Monteiro, vigário de Crato, que veio a pé, em procissão, da aristocrática Cidade Cabeça de Comarca à insignificante “Vila do Joaseiro” – com mais de três mil pessoas – para venerar os paninhos manchados de sangue. Em sermão, monsenhor Monteiro afirmou alto e bom som: “Se eu negar o que vi, ceguem meus olhos”. Pressionado pelo bispo ele, posteriormente, negou. E, registra a história, monsenhor Monteiro morreu cego, comendo com as mãos – para facilitar o encontro da própria boca – o alimento do prato.
O bispo de Fortaleza, Dom Joaquim José Vieira, depois de alguma indecisão nomeou uma comissão, composta pelos mais cultos sacerdotes de Fortaleza – padres Glicério da Costa Lobo e Francisco Antero – para investigar o fenômeno. Padre Glicério tinha seu nome em análise, na Nunciatura Apostólica, para ser nomeado bispo. Pois bem, eles vieram à Vila de Joaseiro, e com o arrimo de um médico idôneo – Dr. Marcos Madeira – ficaram convictos de ali ocorrera um milagre.
Depois disso, Dom Joaquim nomeia uma segunda comissão, vindo do resultado dessa a condenação – pelo bispo de Fortaleza – dos supostos milagres e a suspensão das ordens do Padre Cícero. Bom ressaltar que nunca foi publicada excomunhão contra aquele sacerdote como escrevem apressados e mal informados escrevinhadores. O decreto de excomunhão nunca foi oficializado pelo primeiro bispo de Crato – Dom Quintino – que guardou o documento numa gaveta e enviou correspondência ao Vaticano mostrando a inoportunidade dessa medida.
120 anos se passaram. Não mudou a Igreja nem o Padre Cícero. Mudaram os tempos. Hoje a própria Igreja Católica busca a solução desse impasse, como, aliás, o próprio Padre Cícero profetizou em várias ocasiões. Resta aguardar o desenlace do caso. O que virá só Deus sabe. Uma coisa, no entanto, é certa: qualquer que seja a decisão do Vaticano, os católicos fiéis a acatarão sem contestação. Afinal só é católico autêntico o que acredita na infabilidade do Papa em assuntos de fé.
A mim, particularmente, interessa-me ver o fato pelo lado histórico.
Corria 1889. Ano fatídico. Da queda da monarquia e da proclamação da república. Segundo Amália Xavier de Oliveira; “A pequena povoação de Juazeiro, humilde e desconhecida da maior parte dos brasileiros, situada ao sul do Ceará, contava então com cerca de 80 casas entre casas de tijolo e telha, taipa e telha, taipa e palha de babaçu. Não havia mais de 4 centenas de habitantes, na sua maioria, pobres e pouco letrados. Guiados por um sacerdote zeloso, entregavam-se às fainas agrícolas, nos anos de bom inverno. Aquele ano estava ameaçado de nova calamidade, chegara a época das chuvas e não chuvera”.
Na noite de 5 para 6 de março, mulheres piedosas rezavam – na humilde capelinha construída pelo Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro – pedindo para Deus mandar as chuvas. O Padre Cícero passou à noite atendendo confissões. Entre 04h30minh e 05h00minh, suspende as confissões e vai dar à comunhão às mulheres. Uma delas, Maria de Araújo, ao receber a comunhão sente a hóstia virar sangue.
O resto desta história é conhecido por todos. Algumas conseqüências desse fato, entretanto, ainda causam espantos nestes tempos globalizados. Por exemplo: não foi o Padre Cícero quem deu publicidade ao acontecimento. Quem o divulgou foi o virtuoso monsenhor Francisco Rodrigues Monteiro, vigário de Crato, que veio a pé, em procissão, da aristocrática Cidade Cabeça de Comarca à insignificante “Vila do Joaseiro” – com mais de três mil pessoas – para venerar os paninhos manchados de sangue. Em sermão, monsenhor Monteiro afirmou alto e bom som: “Se eu negar o que vi, ceguem meus olhos”. Pressionado pelo bispo ele, posteriormente, negou. E, registra a história, monsenhor Monteiro morreu cego, comendo com as mãos – para facilitar o encontro da própria boca – o alimento do prato.
O bispo de Fortaleza, Dom Joaquim José Vieira, depois de alguma indecisão nomeou uma comissão, composta pelos mais cultos sacerdotes de Fortaleza – padres Glicério da Costa Lobo e Francisco Antero – para investigar o fenômeno. Padre Glicério tinha seu nome em análise, na Nunciatura Apostólica, para ser nomeado bispo. Pois bem, eles vieram à Vila de Joaseiro, e com o arrimo de um médico idôneo – Dr. Marcos Madeira – ficaram convictos de ali ocorrera um milagre.
Depois disso, Dom Joaquim nomeia uma segunda comissão, vindo do resultado dessa a condenação – pelo bispo de Fortaleza – dos supostos milagres e a suspensão das ordens do Padre Cícero. Bom ressaltar que nunca foi publicada excomunhão contra aquele sacerdote como escrevem apressados e mal informados escrevinhadores. O decreto de excomunhão nunca foi oficializado pelo primeiro bispo de Crato – Dom Quintino – que guardou o documento numa gaveta e enviou correspondência ao Vaticano mostrando a inoportunidade dessa medida.
120 anos se passaram. Não mudou a Igreja nem o Padre Cícero. Mudaram os tempos. Hoje a própria Igreja Católica busca a solução desse impasse, como, aliás, o próprio Padre Cícero profetizou em várias ocasiões. Resta aguardar o desenlace do caso. O que virá só Deus sabe. Uma coisa, no entanto, é certa: qualquer que seja a decisão do Vaticano, os católicos fiéis a acatarão sem contestação. Afinal só é católico autêntico o que acredita na infabilidade do Papa em assuntos de fé.
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