Espelho, amigo verdadeiro,
Tu refletes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos, míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo exato e minucioso,
Obrigado, obrigado!
Mas se fosses mágico,
Penetrarias até o fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos na véspera do Natal
Pensa ainda por os seus chinelinhos atrás da porta.
Tu refletes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos, míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo exato e minucioso,
Obrigado, obrigado!
Mas se fosses mágico,
Penetrarias até o fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos na véspera do Natal
Pensa ainda por os seus chinelinhos atrás da porta.
7 comentários:
No ano de 1981, comprei um livrinho que - se não me engano - se chamava História da Literatura Brasileira etc, da Nova Cultural. Era uma espécie de introdução à obra de Manuel Bandeira.
Naquele tempo havia uma banca de jornal na Praça Siqueira Campos. Comprei lá.
Foi por causa do livrinho e desse poeta maravilhoso que resolvi me arriscar nesse terreno difícil.
Até hoje tô perdido, gaguejando, mas nunca me arrependi da escolha.
Viva Manuel Bandeira!
Caro primo Chagas:
Se você entrou "nesse terreno difícil" motivado por Manuel Bandeira, começou bem.
Eu confesso que nunca me arrisquei a fazer poesias. Mas gosto de lê-las. Principalmente de Fernando Pessoa e Manuel Bandeira, os meus favoritos.
Armando, o leitor de poesia tem uma alma de poeta, ou um pedaço dela, sei lá... É alguém cuja imaginação transita nos mesmos lugares. Daí a crença que tenho de que todo poeta escreve para outro poeta.
Um abraço, meu velho.
Armando Rafael,
é impossível desconhecer a grandeza desse poeta necessário a todos.
Parabéns pela escolha.
Oi Armando, surpresa total uma poesia postada por você, tão celibatário e dogmático dentro da lógica cristã cabresto de ovelhas brancas de retidão, assustei-me.
Na verdade somos todos múltiplos, eu sei, mas convencionou-se que seus textos trariam sempre a marca INRI na testa, foi arrebatador me surpreender com a novidade, gostei...e o Bandeira deu bandeira no espelho do menino que não vai morrer...se ousar, se inovar.
Meu abraço pra você, com todo respeito.
Marcos Vinicius Leonel e Marta:
É sempre bom reler Manuel Bandeira.
Os comentários seus são gratificantes.
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