Esta fábula ouvi no programa evangélico, narrado por um Pastor protestante, dizendo ele pertencer a La Fontaine, no inicio do século XXI, e passo a relata-la: Um cão, muito bonito e bem nutrido, certo dia resolve dar um passeio pela mata, a fim de vencer o stress. Apos andar bastante, casualmente encontrou um lobo faminto, rabugento e desnutrido que, em sua toca, ficou admirado diante da imponência do cão e, imediatamente, fez a seguinte pergunta:
- Camarada cão, o que você faz para ser tão bonito e bem nutrido, enquanto eu vivo faminto e, quando tenho sorte, encontro uma caça e sou obrigado a dividi-la com toda a alcatéia?
- Ah, camarada lobo, respondeu-lhe o cão: eu uso da minha inteligência. Faço acordo com o meu amo e ele me da desde o empregado para cuidar de mim até comida à vontade em troca de pouca coisa, ou seja, avisa-lo à noite quando aparece algo de estranho. Mas, se você quiser, falarei com o meu amo e ele passara a dispensar a você o mesmo tratamento que a mim é dado.
- Aceito, disse o lobo. Os dois saíram andando pelos caminhos ínvios da floresta. A certa altura, o lobo teve a iniciativa de olhar para o pescoço do cão e descobriu uma peladura que o deixou intrigado. Refletiu e, parando de andar, perguntou ao cão:
- Camarada cão, o que significa essa peladura no seu pescoço?
- Ah, camarada lobo, não é nada demais, respondeu o cão. É apenas a marca da corrente com que, a mando do meu amo, o meu mordomo, me amarra durante o dia, para impedir-me de entrar em contato com pessoas estranhas e adquirir amizades que venham a atrapalhar o meu serviço durante a noite. Mas, a gente se acostuma com isso e
o que interessa é viver tranqüilo e sem atropelos.
- Ah, camarada cão, retrucou o lobo. Prefiro viver faminto, rabugento e desnutrido do que suportar os grilhões do patrão. Despedindo-se, voltou para a sua toca.
Nessa fabula, vejo uma semelhança bastante interessante entre os políticos e o povo do Crato.
Enquanto os políticos cratenses, preguiçosos e acomodados, n5o reagem aos insultos e provocações e fraquejam diante de qualquer obstáculo, o povo do Crato, inerte, a tudo assiste, aceitando, de bom grado, todas as artimanhas políticas a que é submetido.
Por isso, diante desse comodismo de ambas as partes, deixo aqui o meu protesto, exortando os políticos a deixarem de lado o clientelismo e passarem a cumprir o dever de bem administrar a cidade, oferecendo ao povo ruas transitáveis, praças arborizadas, escolas de bom nível, hospitais e postos de atendimento médicos mais aparelhados e dotados de bons profissionais, além de áreas de lazer que permitam a prática de esportes, não descuidando de cobrar do governo estadual maior segurança para a população.
Por outro lado, exorto também a população cratense no sentido de cobrar dos seus políticos maior empenho no trato da coisa pública e abandonar por completo a prática da subserviência provocada pela dependência de empregos públicos.
A meu ver, somente com a união de todos, o Crato recuperará o lugar de destaque que sempre ocupou no cenário político, educacional e econômico do estado e que vem perdendo, ao longo dos tempos, para cidades circunvizinhas, por inércia dos seus políticos e apatia da sua população que, na sua maioria, vive de saudosismo, e vota em políticos de outras plagas em detrimento daqueles que, por serem cratenses, estão mais compromissados com os interesses da cidade.
Vamos mudar de atitude e conservar o objetivo comum que é o bem do Crato, pois podemos mudar o percurso dos rios, mas nunca o destino das águas.
Crato-Cc, 17.03.2009
POR PEDRO ESMERALDO
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