Todos os dias ouvimos falar de pessoas que conseguem perceber e seguir sua própria dimensão profunda espiritual. Em outras vezes encontramos indivíduos que se aferram a sua dimensão superficial material. Eu não pretendo nesse texto, mostrar a verdade das verdades, mas apenas orientar um caminho e método que fiz em 1988 e que até hoje procuro segui-lo. Faz –se necessário adotar algumas premissas básicas tais como:
a) A natureza humana pode ser vista em três dimensões básicas (instintiva, racional e supra-racional ou intuitiva);
b) As leis do universo e da vida são constituídas por duas forças cósmicas complementares entre si (força-energia positiva e força-energia negativa);
c) Energia é consciência e vice-versa (semelhante à relação entre massa e energia de EINSTEIN) – a Física Quântica já está chegando a essa síntese;
d) Existem dois modos de ser e de causa: criativo-criador (causa descendente) e adaptativo-condicionador (causa ascendente);
e) Existem vários níveis de consciência que são ativados de acordo com a energia interior-sutil que se emprega ou ativa em si mesmo;
f) Existem duas grandes identidades que podemos assumir: ego-indivíduo (consciência inferior – humana material) e self-pessoa (consciência superior – cósmica espiritual);
g) Existem dois diálogos internos na natureza humana: falsa-ilusória e verdadeira-orientadora.
Então, a partir dessas premissas podemos discutir o método ou caminho de autoconhecimento que descobri em mim mesmo. O primeiro passo é desenvolver, através de uma disciplina impecável, uma auto-observação, ou seja, aprender e aplicar com vontade impecável uma espreita de si mesmo. Essa técnica é muito conhecida e utilizada pelos iogues através da meditação ou contemplação de si mesmo. Isso implica dizer que aquele que observa a si mesmo (seus estados de consciência) desenvolve a sensibilidade para distinguir variações de uma gama de impulsos ou energias extremamente sutis tais como: pensamentos, sentimentos e desejos.
Assim, partindo da premissa de que existem dois caminhos no mundo interior de cada um (lembrar da famosa afirmação de Jesus Cristo: “não podeis seguir a dois senhores ao mesmo tempo” e que Freud também afirmou algo parecido ao dizer (no seu livro Mal-Estar da Civilização) que existem dois caminhos: positivo do Amor e o negativo do objeto do desejo ou libido). O observador, que observa seus estados de consciência interior, na verdade observa um turbilhão de impulsos alguns coerentes e outros incoerentes, em sua grande maioria, fruto da experiência acumulativa criado pela sua consciência racional-instintiva. Esses impulsos incoerentes (infundados) são “pesados” (baixa freqüência) e são chamados por alguns estudiosos de traços-fardos. Os traços-fardos são impulsos que agem na psique desequilibrando emocionalmente o ser puxando-o para estados de consciência tais como: raiva, medo, insegurança, mágoa, ressentimento, dúvida, inveja, vícios diversos etc. Por outro lado, no caminho oposto encontramos os traços-forças que são responsáveis pelos estados de consciência responsáveis pelo equilíbrio emocional do ser, e são eles: paz, serenidade, perdão, amor, verdade, justiça, tranqüilidade, fé e todas as virtudes humanas.
Uma vez que o observador de si mesmo adota essa hipótese, e permanece em atenção total às variações dos impulsos ou traços psicológicos, o processo e separação do “joio e do trigo” se inicia naturalmente. Esse exercício interior (os orientais denominam de Sadhana) fortalece o trabalho de percepção incomum (em minha dissertação de mestrado da COPPE/UFRJ denominei de TRABALHO DE PERCEPÇÃO Z) permitindo assim transformar o invisível em visível, o que era obscuro em aparente. O ser nesse processo de investigação de si vai aos poucos vendo as suas próprias deficiências ou fraquezas e também suas virtudes ou fortalezas internas.
O próximo passo é abstrair e estabelecer uma linha divisória invisível separando o que é racional-instintivo (ego ou consciência inferior) e o que é intuitivo-espiritual (self ou consciência superior). Assim, as energias ou traços-fardos correspondem ao eu (energeticamente falando) “pesado” ou de baixa freqüência, e as energias ou traços-forças correspondem ao Eu “leve” ou de alta freqüência. No inicio faz-se necessário separar o eu (inferior) do outro Eu (superior). E posteriormente precisamos uni-los ou religá-los novamente num processo de unificação ou religação dos estados de identidade do ser (da dualidade passamos para a unidade: lembremos das frases de Jesus Cristo (“é preciso separar o joio do trigo” – “eu e o Pai (Eu) somos Um”).
É importante frisar que o processo de identificação desses traços psicológicos precisa ser feito através da sensibilidade sutilizada (fina ou desenvolvida). Isto porque a razão humana é incapaz de perceber impulsos que transcendem a própria razão. A razão é lógica, linear e se apóia na experiência humana das três dimensões da realidade objetiva conhecida. E por isso faz-se necessário “vigiar” (ou seja, ver com uma sensibilidade desenvolvida) as variações que ocorrem nos fluxos de energias sutis que perpassam e se transmutam em dimensões sutis do sistema energético humano. Esse fluxo energético sutil está situado em dimensões metafísicas paralelas ao sistema nervoso do corpo físico. Esse fluxo de energia sutil é canalizado por um condutor (ele está metafisicamente situado paralelo à coluna vertebral e é semelhante a um condutor de fibra ótica) que os orientais conhecem com o nome de KUNDALINI.
Em síntese, tudo o que pensamos, sentimos e desejamos são na verdade energias sutis que se transmutam em informações, idéias, conceitos, valores e impulsos vitais. Ou seja, o universo é governado por energias que se transmutam velozmente e operam em diversos níveis da realidade. O que chamamos de universo na verdade é um multiverso (múltiplos universos paralelos) que inclui o próprio mundo humano.
O terceiro passo do processo de autoconhecimento e transmutação de si consiste basicamente em optar, através de um comando interno, a seguir o caminho e o poder das energias positivas do ser. Em outras palavras, uma vez que o ser visualizou (pela sensibilidade) seu traços psicológicos negativos (traços-fardos), o passo seguinte é enviar um comando interno para transmutar para o estado positivo (os traços-forças). Esse exercício exige uma vontade ferrenha e uma atenção total e implacável sobre si mesmo. Nesse contexto, a famosa frase e Jesus Cristo ganha sentido: “não quereis ver o cisco no olho do irmão....retire primeiro a tora em seu próprio olho”. Isto significa dizer que estaremos tão ocupados no processo de identificação e transmutação dos impulsos ou traços psicológicos que não teremos nenhum momento disponível para desviarmos nossa sensibilidade (olhar) para as deficiências alheias.
Esse processo é o início da grande autoconscientização para quem quer se tornar um mutante e definitivamente descobrir o caminho espiritual inédito e pessoal (e também solitário). A perseverança no caminho é a chave para se entrar no “Reino do Céu” na descoberta do caminho espiritual e reencontro (religação) com o seu próprio Espírito que é Divino, Cósmico e Transcendental. O diálogo interno (verdadeiro) com a intuição é início da caminhada de revelação e autoconsciência. A sabedoria nasce a partir desse caminho intuitivo (EINSTEIN chegou a dizer que todas as grandes descobertas científicas foram realizadas pela intuição, depois foram convertidas em razão).
É no silêncio da razão que nasce o poder divino da intuição cósmica. Assim, quem conseguir fazer o caminho ou método descrito acima confirmará: a intuição é a porta da Espiritualidade e da Ciência também!
“NÃO EXISTE CONFLITO ENTRE O BEM E O MAL, MAS ENTRE A SABEDORIA E A IGNORÂNCIA” – BUDA
Para quem quiser se aprofundar no assunto deve ler (esses livros foram escritos por cientistas!):
- Mãos de Luz (Barbara Ann Brennan)
- Medicina Vibracional: Uma Medicina para o Futuro (Richard Gerber)
- As Sete Leis Espirituais do Sucesso (Deepak Chopra)
- Quem Somos Nós? (vários cientistas)
Bernardo Melgaço da Silva – bernardomelgaco@hotmail.com
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