TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Frio no Ventre

Cansa-me a eternidade da comunhão.
Dos laços.

A ventania se faz agora
dentro dos meus olhos.

Todas as lágrimas soluços.
Todos os suspiros flatulência.

Causa-me desgosto o peso dos objetos.
A memória refeita da sobra.

Meus dedos não cresceram tanto
mas envelheceram -
em cada falange
as faces do velho índio.

Quanto mais longínqua a lembrança
inebriante o tombo.

A ventania se faz neste instante
dentro do que penso minha alma.

Como se sentem culpadas as paredes:
silenciosas banham-se da chuva.

Mesmo que pareçam frias e distantes -
amam os insetos.

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