TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 2 de agosto de 2009

uma amarga margem

vasta a solidão capaz de comer
as letras de um nome

de onde vem com garras de leoa?
a ondulação de sua pele
na luz do meio dia
tormento nos olhos molhados de memórias:

a imagem indestrutível de uma rua
um casarão em prantos na ausência
de quem lhe deu existência

prédios
avenidas
arte de língua gelada
tempo de sangue frio
olhos que não se fecham
inimigos dos sonhos:

a matéria de um dia
de quem não soube esquecer
sempre na margem da distância
uma amarga margem

Um comentário:

Marta F. disse...

...eu quero não ter o que dizer, se tens razão, só reconhecer, não ser leoa,atingir ou ferir, a solidão me come, eu sei, e me assusta...