Se a alguém se poderia nomear ser de um determinado século, este seria José Rosemberg. Poderia, pois se dizer que alguém é o mais profundo do século XX não se torna uma anunciação banal. Nós em grande maioria vivemos nas tramas dos séculos, mas comumente não encontramos as maquinarias que os movem. Somos parte, vivemos o seu espaço e tempo, mas somos tocados por uma mistura de angústias, sonhos, frustrações que se perdem em significado. Apenas vivemos aquela escala da história da humanidade como um todo amorfo do que chamamos as dificuldades da vida. Dificuldades da vida como se estas fossem inerentes à vida.
José Rosemberg estava radicalmente ligado ao século XX. Entendia perfeitamente suas misérias e vantagens, compreendendo seus mecanismos históricos de onde teriam vindo e no que resultariam. Era ajustado homem da racionalidade fundada desde o Renascimento e o Iluminismo, um militante contra a assimetria social, um cientista que entendia não apenas o objeto de sua observação, mas o contexto em que esta observação era realizada.
Era do século XX aquele século simultaneamente trágico e transformador. Trágico ao derrubar até o último muro de um hectare remoto da micronésia igual acontecia ao porto de Liverpool e seu embarque e desembarque contínuo do comércio mundial que tomou conta de todos os oceanos. Todos, inclusive a camada de gelo dos pólos que tantos imaginam derretidas pelos limites que a natureza apresenta frente ao “progresso humano”.
Transformador como o século das revoluções, das grandes guerras, inclusive do holocausto que atravessou em miséria sua etnia judaica tão próxima ao progresso Europeu desde o mercantilismo. Se alguém disser que o século XX é o século da Europa, pode tomar a essência de José Rosemberg e ali estará a Europa ocidental e sua imensa porta de liberdade e possibilidades.
Quando se tomar os textos científicos do professor e for surpreendido pelo fascínio com que ele os elaborava. Quase se divertindo com a linguagem dos números, da genética, da biofísica e bioquímica, abordando questões complexas da epidemiologia, percebe-se que aí não se esgotava o cientista. Ele compreendia seu século, deu um salto qualitativo ao revelar o conduto histórico daquilo tudo, os motivos pelos quais assim se conformavam e os limites sem o quais não se entende nada.
José Rosemberg inventava o tempo, o tempo do seu século, quase como um alfaiate, tomado da profissão do pai, costurando a vestimenta de uma era. Por isso não existem separações nos seus domínios: artes, ofícios, pensar e executar fazia parte de um contínuo que é a própria história. Por isso quando se for levantar o papel que ele teve como historiador da medicina moderna e particularmente da brasileira, vai-se encontrar um texto original e inigualável em termos da revelação social e política desta imensa prática quase capitalista da atualidade.
Ao compreender o seu século como um movimento fundamentado no embate da forças sociais, José Rosemberg na prática se torna imortal. Aquela imortalidade dos grandes cenários da humanidade, livres dos salões e dos chás das cinco.
José Rosemberg estava radicalmente ligado ao século XX. Entendia perfeitamente suas misérias e vantagens, compreendendo seus mecanismos históricos de onde teriam vindo e no que resultariam. Era ajustado homem da racionalidade fundada desde o Renascimento e o Iluminismo, um militante contra a assimetria social, um cientista que entendia não apenas o objeto de sua observação, mas o contexto em que esta observação era realizada.
Era do século XX aquele século simultaneamente trágico e transformador. Trágico ao derrubar até o último muro de um hectare remoto da micronésia igual acontecia ao porto de Liverpool e seu embarque e desembarque contínuo do comércio mundial que tomou conta de todos os oceanos. Todos, inclusive a camada de gelo dos pólos que tantos imaginam derretidas pelos limites que a natureza apresenta frente ao “progresso humano”.
Transformador como o século das revoluções, das grandes guerras, inclusive do holocausto que atravessou em miséria sua etnia judaica tão próxima ao progresso Europeu desde o mercantilismo. Se alguém disser que o século XX é o século da Europa, pode tomar a essência de José Rosemberg e ali estará a Europa ocidental e sua imensa porta de liberdade e possibilidades.
Quando se tomar os textos científicos do professor e for surpreendido pelo fascínio com que ele os elaborava. Quase se divertindo com a linguagem dos números, da genética, da biofísica e bioquímica, abordando questões complexas da epidemiologia, percebe-se que aí não se esgotava o cientista. Ele compreendia seu século, deu um salto qualitativo ao revelar o conduto histórico daquilo tudo, os motivos pelos quais assim se conformavam e os limites sem o quais não se entende nada.
José Rosemberg inventava o tempo, o tempo do seu século, quase como um alfaiate, tomado da profissão do pai, costurando a vestimenta de uma era. Por isso não existem separações nos seus domínios: artes, ofícios, pensar e executar fazia parte de um contínuo que é a própria história. Por isso quando se for levantar o papel que ele teve como historiador da medicina moderna e particularmente da brasileira, vai-se encontrar um texto original e inigualável em termos da revelação social e política desta imensa prática quase capitalista da atualidade.
Ao compreender o seu século como um movimento fundamentado no embate da forças sociais, José Rosemberg na prática se torna imortal. Aquela imortalidade dos grandes cenários da humanidade, livres dos salões e dos chás das cinco.
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