Não te apiedes
do que acabaste
de escrever.
Nunca está acabado.
Não termines nunca o poema.
Deixa constante a eternidade.
Não sofras pelo esquecimento.
Verso que some é um pródigo.
Mas se regressar à tua mente
o filho manco
não sejas mesquinho:
aceita-o.
Dança, vibra:
sê do tambor a pele.
As estrelas estão com sono?
Dá-lhes um pouco do telhado.
O perfume das telhas
(por tanto orvalho)
De noite encanta
quem ainda costuma
dormir de olho aberto.
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