Na minha fronte uma veia
arregaça as mangas.
Se contorce debaixo do meu chinelão
uma formiga vermelha.
Bem unidos
por opção poética
meu aneurisma
e a morte do inseto.
Não vejo diferença
entre a envergadura
desta veia que me percorre a testa
e a luta constante da formiga enlouquecida.
A formiga luta contra
a borracha do chinelão.
A veia do suposto aneurisma
dilata-se oculto dentro do cérebro.
No instante em que apago
a luz do quarto:
salva-se a formiga
por apatia do verdugo
recolhe-se o vaso sanguíneo
para tarde da noite.
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