Se fores morrer pela ilusão
não te iludas com a morte.
Não a glorifiques
além do túmulo
ou das flores
um dia murchas.
Se fores morrer pelo sonho
não te percas do caminho.
Sempre haverá esse gosto acre.
Essa cor alaranjada.
Mesmo debaixo do solo
quando junto à terra
acordares minhoca.
Ou quem sabe
tuas cinzas
ao longe
ceguem viajantes
causem lágrimas
em donzelas.
Se fores morrer
e tiveres coragem
não grites
quando a luz do quarto
apagar-se e da escuridão dos cantos
os lamentos dos solitários.
Ouvirás tuas botas
como nunca.
Terás medo das sombras
das tuas camisas penduradas.
Se queres morrer aprende
a não ter dúvidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário