"Tudo que a humanidade sofreu com as guerras, com a pobreza, com a pestilência, com a fome, com o fogo e com o dilúvio, todo o pavor e toda a dor de todas as doenças e de todas as mortes — tudo isso se reduz a nada quando posto lado a lado com as agonias que se destinam às almas perdidas. Este é o consolo da religião cristã. Esta é a justiça de Deus — a misericórdia de Cristo. Este dogma aterrorizante, esta mentira infinita: foi isto que me tornou um implacável inimigo do cristianismo. A verdade é que a crença na danação eterna tem sido o verdadeiro perseguidor. Fundou a Inquisição, forjou as correntes e construiu instrumentos de tortura. Obscureceu a vida de muitos milhões. Tornou o berço tão terrível quanto o caixão. Escravizou nações e derramou o sangue de incontáveis milhares. Sacrificou os melhores, os mais sábios, os mais bravos. Subverteu a noção de justiça, derriscou a compaixão dos corações, transformou homens em demônios e baniu a razão dos cérebros. Como uma serpente peçonhenta, rasteja, sussurra e se insinua em toda crença ortodoxa. Transforma o homem numa eterna vítima e Deus num eterno demônio. É o horror infinito. Cada igreja em que se ensina esta idéia é uma maldição pública. Todo pregador que a difunde é um inimigo da humanidade. Em vão se procuraria uma selvageria mais ignóbil que este dogma cristão. Representa a maldade, o ódio e a vingança sem fim. Nada poderia tornar o inferno pior, exceto a presença de seu criador, Deus. Enquanto estiver vivo, enquanto estiver respirando, negarei esta mentira infinita com toda minha força, a odiarei com cada gota de meu sangue."
Robert G. Ingersoll
Robert G. Ingersoll
2 comentários:
zé flavio, 'brigado por me citar na sua postagem. nunca tinha lido antes nenhum texto onde Deus/religião fosse(m) tratado com tanta (e verdadeira) crueza. as pessoas, às vezes, precisam saber que não são as possuidoras da verdade absoluta. já que disserem que entrei no blog de "mala e cuia", que depois dessa ele enfie a viola no (sacrossanto) saco. abraços.
Lupin, o pensador americano Ingersoll, lá do século 19, continua atualíssimo em suas afiadas colações. Ele que foi um crítico mordaz da Igreja Católica sempre fundamentou muito bem seu pensamento combatendo idiotice do homem diante a maneira como "se deve" crer em Deus.
Postar um comentário