No Brasil existem leis que tipificam os crimes contra a honra: calúnia, injúria e difamação. Existem crimes contra a descriminação racial e agora uma em discussão que trata do mesmo quanto aos homossexuais. Em outras palavras os costumes da sociedade apontam para a liberdade de expressão, mas condenam certas expressões. Isso significa que o termo expressão por palavras e gestos está sob a guarda da sociedade mediante normas punitivas para quem os pratica.
Quando a expressão se aplica à imprensa, a liberdade além de condicionada no Código Penal pode ser avaliada pelo julgamento público. Que tanto pode ser a de mercado pela escolha do melhor produto, quanto à livre manifestação contra o agente agressor. Além disso, o assunto está em evolução, especialmente com a queda da antiga e draconiana Lei de Imprensa de 1967.
Por isso ninguém pode se eximir de debater o assunto. Mesmo neste clima de disputa eleitoral, ou melhor, especialmente pelo poder mobilizador que ele tem. Isso é fundamental, pois as sociedades democráticas o são pela tendência à igualdade entre todos e não pela concentração de potência sobre alguns, especialmente editores e donos de empresas jornalísticas.
Gostaria de discutir dois casos que estão no fulcro de campanhas eleitorais.
O primeiro é da psicanalista Maria Rita Kehl demitida como colunista do Estado de São Paulo por que teria escrito fora do seu assunto, quando neste artigo criticava a posição de setores mais ricos que desqualificam publicamente o voto dos pobres. O motivo alegado pelo jornal não contempla a explicação para o ato, uma vez que o assunto é relevante e presente, especialmente pela internet e e-mails. A demissão dela se tornou bandeira da campanha política situacionista.
O segundo é Juan Williams, dos EUA, que trabalhava há mais de 10 anos na NPR (National Public Radio) que é mantida com verbas públicas, inclusive federais. O jornalista participou de um programa da Fox News, ferrenha opositora dos democratas, de perfil conservador e expressou-se assim: “quando eu entro em um avião e vejo muçulmanos a bordo, e eles são facilmente identificáveis pelas roupas que usam, confesso a você que fico preocupado, fico nervoso”. A outra foi: “os muçulmanos nos atacaram em 11 de setembro.” Como se vê generaliza como se o ato terrorista do cristão Timothy McVeigh pudesse ser atribuído a todos os cristãos. Por isso ele foi demitido e virou bandeira política oposicionista.
A pergunta que se faz: feriu-se a liberdade de expressão nos dois casos ou apenas em um deles? Em caso da segunda opção, em qual deles se feriu? Tenho respostas a estas perguntas, mas não vou dá-las, pois o que quero demonstrar é que o debate está aberto e é preciso qualificá-lo ainda mais. Muito mais do que este mero discurso da “liberdade de imprensa ameaçada” a partir do ponto de vista somente dos donos de empresas de mídia. O jurista e professor Fábio Konder Comparato entra no STF com uma “adin da omissão” cobrando do Congresso Nacional a regulamentação de três artigos da Constituição Federal relativos à área de comunicação social.
Quando a expressão se aplica à imprensa, a liberdade além de condicionada no Código Penal pode ser avaliada pelo julgamento público. Que tanto pode ser a de mercado pela escolha do melhor produto, quanto à livre manifestação contra o agente agressor. Além disso, o assunto está em evolução, especialmente com a queda da antiga e draconiana Lei de Imprensa de 1967.
Por isso ninguém pode se eximir de debater o assunto. Mesmo neste clima de disputa eleitoral, ou melhor, especialmente pelo poder mobilizador que ele tem. Isso é fundamental, pois as sociedades democráticas o são pela tendência à igualdade entre todos e não pela concentração de potência sobre alguns, especialmente editores e donos de empresas jornalísticas.
Gostaria de discutir dois casos que estão no fulcro de campanhas eleitorais.
O primeiro é da psicanalista Maria Rita Kehl demitida como colunista do Estado de São Paulo por que teria escrito fora do seu assunto, quando neste artigo criticava a posição de setores mais ricos que desqualificam publicamente o voto dos pobres. O motivo alegado pelo jornal não contempla a explicação para o ato, uma vez que o assunto é relevante e presente, especialmente pela internet e e-mails. A demissão dela se tornou bandeira da campanha política situacionista.
O segundo é Juan Williams, dos EUA, que trabalhava há mais de 10 anos na NPR (National Public Radio) que é mantida com verbas públicas, inclusive federais. O jornalista participou de um programa da Fox News, ferrenha opositora dos democratas, de perfil conservador e expressou-se assim: “quando eu entro em um avião e vejo muçulmanos a bordo, e eles são facilmente identificáveis pelas roupas que usam, confesso a você que fico preocupado, fico nervoso”. A outra foi: “os muçulmanos nos atacaram em 11 de setembro.” Como se vê generaliza como se o ato terrorista do cristão Timothy McVeigh pudesse ser atribuído a todos os cristãos. Por isso ele foi demitido e virou bandeira política oposicionista.
A pergunta que se faz: feriu-se a liberdade de expressão nos dois casos ou apenas em um deles? Em caso da segunda opção, em qual deles se feriu? Tenho respostas a estas perguntas, mas não vou dá-las, pois o que quero demonstrar é que o debate está aberto e é preciso qualificá-lo ainda mais. Muito mais do que este mero discurso da “liberdade de imprensa ameaçada” a partir do ponto de vista somente dos donos de empresas de mídia. O jurista e professor Fábio Konder Comparato entra no STF com uma “adin da omissão” cobrando do Congresso Nacional a regulamentação de três artigos da Constituição Federal relativos à área de comunicação social.
4 comentários:
Gostei do texto.
Darlan, obrigado. Este debate está muito bom, pois em quatro estados nordestinos já se deram curso para a criação dos Conselhos de Comunicação Social. Ao invés de se analisar o melhor modo de criar a instituição e a prática de melhor exercer a democracia, ficam chorando, pingando as lágrimas do choro dos donos da mídia.
E veja essa: "EDITOR DO DN É DEMITIDO POR FAZER MATÉRIA SOBRE LIVRO QUE FALA DE MARXISMO". Link:
http://www.sindjorce.org.br/blog/sindjorce-noticias/categoria/sem-categoria/editor-do-dn-e-demitido-por-fazer-materia-sobre-livro-que-fala-de-marxismo
Eu fui à palestra do Michael Löwy.
E lá foi contado esse episódio.
É um absurdo um jornalista ser demitido porque fez uma matéria com um sociólogo e o tema era o marxismo.
Logo o Diário do Nordeste que é de um grupo que é dono de uma universidade e que com certeza usa a obra de Lowy?
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