Desde a Pré-história o homem procurou diversas formas de expressar sua fé, criando objetos artísticos ou rituais envolvendo o próprio corpo para cultuar o divino. Nesse caso, a arte se mistura a religiosidade da arquitetura das igrejas aos altares em homenagem ao coração de Jesus nas salas das casas; A arte e a religiosidade se misturam no artesanato – em cada peça esculpida pelo artesão marcada pelo sentimento de fé e devoção. A arte e a religiosidade se misturam também nos adereços que enfeitam e enfatizam a crença e o culto ao sagrado.
O Ponto de Cultura Mestre Noza em Juazeiro do Norte é um espaço onde podemos encontrar diversos registros dessas expressões artísticas a partir das peças artesanais ali confeccionadas.
O artesanato é uma das principais fontes de renda da região, especialmente por que na época das romarias Juazeiro do Norte torna-se um grande palco da religiosidade popular no Ceará.
Além do aspecto da religiosidade, onde há a predominância da arte sacra como verificamos as inúmeras representações do Cristo, da Virgem, dos santos e do Padre Cícero grande incentivador da cultura popular em Juazeiro do Norte. Os artesãos do centro Mestre Noza representam em suas esculturas outras diversas manifestações culturais típicas da nossa região como: as bandas cabaçais, os personagens do reisado de couro, o maneiro-pau, a lapinha, os trabalhadores, e outras figuras que fizeram história em nossa região como Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré, Lampião, etc.
O Centro de Cultura Mestre Noza foi fundado no ano de 1985 e recebeu esse nome em homenagem ao escultor e xilogravador Inocêncio Medeiros da Costa – o mestre Noza. Inocêncio é pernambucano e veio a Juazeiro para conhecer o Padre Cícero que logo percebeu seu talento e criatividade, incentivando-o a desenvolver sua arte, em pouco tempo fixou residência na cidade e se consagrou como primeiro escultor e xilogravador do município.
Seu trabalho ganhou notoriedade na cidade e muitos vieram aprender com ele. Mestre Noza foi o patriarca dos artesãos do município de Juazeiro do Norte e teve muitos discípulos que aprenderam a arte de transformar a madeira e o barro frio em peças que ganham significado e valor ao expressarem a crença, a fé, a devoção e o culto ao sagrado.
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