TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 2 de janeiro de 2011

Haja coração - José Nilton Mariano Saraiva

Dentre os muitos momentos marcantes (e foram diversos) da posse da presidente Dilma Rousseff, três merecem especial destaque, no nosso entendimento: a) quando a ex-guerrilheira, agora na condição de “Comandante em Chefe” das Forças Armadas, passou em revista a tropa, representativa formal de seus outrora algozes e torturadores (vocês já pensaram no simbolismo de tal momento e de como ela deve ter se sentido ao beijar a bandeira nacional ???); b) quando o ex-torneiro mecânico e “analfabeto”, Lula da Silva, coroando sua impressionante e brilhante trajetória, passou a faixa presidencial para a primeira mulher eleita presidenta do Brasil (por ele indicada e chancelada pelo “seu povo”); e, c) quando o “analfabeto”, deixando de lado a formalidade e o rígido protocolo que caracterizam tais solenidades, atravessou a rua e correu para os braços e abraço da “galera”, dela recebendo verdadeira ovação (foi chororô que não acaba mais).
E como temos plena consciência de que os jurássicos e ultraconservadores “machões” da vida dizem que um homem não chora e que o choro masculino é sinal de fraqueza, de algum desvio ou coisa parecida, não temos nenhum constrangimento ou receio em afirmar, de público e peremptoriamente, que nessas três oportunidades não deu pra segurar e as lágrimas rolaram espontâneas, fartas e generosas. E que naquele momento sentimos orgulho, um profundo e imenso orgulho de ser brasileiro e puder testemunhar tudo aquilo.
Haja coração.

Um comentário:

LUIZ CARLOS SALATIEL disse...

Zé,
Na primeira posse do Lula fui para Brasília - decisão tomada tão somente no dia 28 de dezembro, 04 dias antes - e por isso enfrentei muitas horas de ônibus até chegar lá. Inesquecível dia!!!! Me arrependi de não estar lá na posse da Dilma, que sei que fará história e será reeleita. Chorei lá e chorei (contidamente) aqui diante da TV.