Você, aí do outro lado da telinha, observe só algumas das “benesses” do “maravilhoso” processo de privatização patrocinado pela “tucanalhada”: no pequeno, desconfortável e hoje desestatizado Terminal Rodoviário Engenheiro João Tomé (vulgarmente conhecido por Estação Rodoviária de Fortaleza), estacionar não sai por menos de R$ 2,30 (tanto faz se a demora é cinco minutos e até uma hora; se passar de uma hora, acréscimo de R$ 0,50 por cada hora excedente); a “taxa de embarque”, sem que se saiba qual a lógica ou mágica fórmula “econométrica-matemático-financeira” embutida em tal procedimento, varia de acordo com a distância do destino de origem; assim, se você vai para uma das cidades da região metropolitana (a 10/12 quilômetros), o preço é de R$ 0,64... mas que pode chegar a quase R$ 4,00 se o destino é o sul do país. E aí vem a imoralidade: o que tem a ver “taxa de embarque” com “distância a ser percorrida” ??? O certo é que, como tem linha de ônibus contemplando tudo que é canto desse imenso país, o movimento diário é incessante, mesmo na chamada “baixa estação”.
Agora, por exemplo, período de férias ou “alta estação”, a coisa chega à beira do caos, tanto são os ônibus demandando para outras plagas. Por via de conseqüência, os sortudos concessionários estão rindo à toa com o suave e mavioso tilintar das moedas em seus bornais sem fundo. Imaginem a fortuna que arrecadam diuturnamente.
O que mais chama a atenção, entretanto, é que, se você vai viajar ou simplesmente deixar alguém para embarcar na Rodoviária de Fortaleza, antes, terá de certificar-se de que sua “bexiga” se acha totalmente esvaziada e, também, evite depositar algo sólido no estômago, às vésperas. Sim, porque se você tiver o azar de ter que exercitar alguma necessidade fisiológica (mesmo que emergencialmente), terá que submeter-se, sem choro nem vela, quer chova ou faça sol, à seguinte “TABELA DE PREÇOS”: pra “urinar” – R$ 0,75; se quiser também “defecar”, acrescente mais – R$ 0,25 por um assento descartável; e se você se “brear/melar/sujar” e precisar tomar um banhozinho básico, mais R$ 2,00 terá que desembolsado. Portanto, nem sonhe de esquecer sua carteira de cédulas, sob pena de ter que urinar e defecar nas calças, à frente de todos (e os carrancudos funcionários plantonistas são insensíveis a qualquer apelo, mesmo que de um indigente).
De outra parte, e com o calorão que está fazendo em Fortaleza, se você sentir sede e pretender “melar o bico”, mesmo que com um frugal refrigerante ou uma água mineral (natural), terá que submeter-se à imposição e preços extorsivos de ambulantes não muito simpáticos e abusados, que por lá circulam (que, evidentemente, para tanto, se sujeitam ao pagamento de uma salgada “taxa” aos concessionários). E tudo isso porque o antigo “restaurante”, que durante muito tempo serviu de apoio àqueles que apreciam uma “geladinha” com tira-gostos, antes do embarque, simplesmente fechou as portas, já há vários anos, por conta do aluguel “exorbitante” cobrado pelos concessionários. E como perdura uma certa inflexibilidade em relação ao preço do tal aluguel cobrado, não tem empresário do ramo que se disponha a pagar o que é exigido, deixando aquele valioso espaço ocioso já há bastante tempo.
Enfim, a Rodoviária de Fortaleza é o exemplo pequeno, mas vivo e pulsante das “benesses” propiciadas pela privatização. Só não vê quem não quer.
Observação: um nosso amigo, de Sousa/PB, de passagem por Fortaleza, ficou tão revoltado com tudo aquilo que, simplesmente, deixou pra urinar no meio da rua, em frente à Rodoviária, sob os olhares dos transeuntes (e correndo o risco de ser preso).
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