Da varanda fotografo
A textura do barro que se fez homem
O rio que preso se revolta
As caras abismadas
As casas arrobadas
A lama maquiando o asfalto
O rodo espalhando a mágoa
E escondendo as lágrimas
Os pombos pousam no arco em paz
Os pés humanos se pintam de terra e água
Um mangue urbano vai se formando
Uma cratera vai se aflorando
A água vai afogando
As árvores vão se empilhando
Como lastimas de guerra
E o povo vai se ajuntando
Vai se espremendo
Uns assistem a novela do Rio
Outros tateiam a vida
Comungam com as suas mãos
A feitura de uma corrente
Composta de resistência
Entre os caranguejos
Transitamos no lamaçal
Nutrindo o sopro de ser humano castiçal.
Alexandre Lucas
Um comentário:
É Lucas as lágrimas que se juntam às aguas revoltadas pela ação do próprio se humano, mas agora não é hora de filosofar e sim de sermos solidários aos irmãos cratenses.
Falei agora com uma ex cunhada que mora na vila alta e soube que pessoas que parentes do meu ex marido, residentes na vila silvestre, perderam todo material, graças ao bom Deus ninguém ficou ferido.
Focarei atenta as noticias e que
tudo termine bem com a solidariedade do povo.
Um forte abraço
Íris Pereira
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