Passadas as eleições municipais aqui em Crato, desencadeamos,
imediatamente as especulações quanto aos cargos de primeiro e segundo escalão
na administração da prefeitura cratense.
De um lado, há o depressivo “arruma a mala aí”, do outro a euforia do “prepare
a mala lá”. À medida que se foram divulgando os nomes do futuro secretariado ,
encetou-se, nas redes sociais ,um grande movimento com o fito de apontar nomes
para cargos ainda vacantes como Meio Ambiente, Cultura e Saúde ( alguns desses
nomes, diga-se de passagem, de competência indiscutível). Alguns grupos, inclusive, se reuniram no
sentido de promover seminários com alguns especialistas, escolhidos por eles,
pensando na perspectiva de contribuir com idéias e programas para a nova gestão
municipal. Como sempre, nessa massa heterogênea, há muitos bem intencionados e
alguns aproveitadores que ficaram em cima do muro no processo eleitoral,
esperando para que lado penderia o fiel da balança e que agora, de repente,
aparecem como salvadores da pátria, querendo mostrar serviço e ( quem sabe?)
morder a beiradinha de um ou outro cargo que por ventura apareça.
Ora,
amigos, qualquer uma das iniciativas me parece totalmente despropositada. É de
se imaginar que os eleitores , acompanhando atentamente os programas dos
candidatos e suas propostas no processo eleitoral, escolheram seu prefeito ,cuidadosamente
, antenados com o Programa de Governo que apresentaram para o Crato. Nego-me a
acreditar que possam ter votado nesse ou naquele por conta da sua simpatia, do
parentesco ou porque lhe prometeu um emprego ou lhe deu um dinheirinho. Se foi por uma dessas razões, então não tem o que cobrar, é botar a
violinha no saco e esperar calado o kit que será ofertado. Se, por acaso, votou
no Programa, também não há o que espernear. O momento exato de discutir e
modificar esse programa de governo era antes da eleição. Engajar-se, mostrar a
cara e discutir com todos o melhor para o Crato e levar as propostas ao partido
e ao candidato preferido. Passada a eleição, amigos, já não há nada a fazer,
assinamos um cheque em branco e , agora, temos que confiar que será preenchido
de maneira adequada e com a quantia esperada.
Precisamos
compreender o processo democrático. O candidato vencedor tem um programa de
governo a cumprir e, mais, um sem número de compromissos eleitorais de que
precisará se desvencilhar. Não
existirão, certamente, nomes perfeitos e adequados para sua assessoria , divorciados
das suas afinidades políticas e dos rumos e metas que traçou. Imaginem se o forçamos
escolher um secretário capacitadíssimo mas com quem politicamente não se afina!
Será o secretário fritado , não terá espaço na gestão e sairá queimado e
desacreditado. Seminários agora são perfeitamente
inócuos, não têm qualquer serventia. Deixemos o futuro prefeito à vontade para
escolher os seus assessores e executar o plano de governo previsto. Se
necessitar da opinião de qualquer um de nós, terá , com certeza, a desenvoltura
de nos solicitar.
O
Crato escolheu, em outubro último, com votação recorde, seu prefeito. A cidade
entendeu, pois, (expresso esse entendimento na maioria dos seus votantes), que
Ronaldo Gomes de Matos é o mais capacitado para administrar nosso município nos
próximos quatro anos. Pois bem, ele tem todo direito legal e moral para
fazê-lo. Cabe a ele e tão-somente a ele a responsabilidade de escolher os
melhores e mais qualificados assessores para acompanhá-lo nesta árdua
empreitada. Não votei nele, mas torço de coração para que consiga alavancar a
cidade de Frei Carlos e tirá-la do marasmo histórico em que se encontra.
J. Flávio Vieira
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