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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Pensar o Município do Crato - José do Vale Pinheiro Feitosa


Com apreço recebi o chamamento do gentil Nilo Sérgio Monteiro para pensar o Crato. Um plano de gestão para o que virá. Antes o Dedê reclamara a falta de um pacto político pela cidade. A verdade é que a cidade precisa romper a barreira do mero arranjo administrativo para conquistar o poder político e vencer eleições.

Uma coisa é certa: as nossas cidades médias brasileiras precisam conquistar três questões centrais em sua ocupação, ou seja, em sua geografia política. A primeira delas É criar uma “personalidade” histórica que contemple a arquitetura de suas edificações e os equipamentos urbanos coletivos como praças e ruas, especialmente do comércio. Esse deixar fazer atual é horrível: os prédios não são preservados pelo valor histórico, a poluição visual das placas de comércio é o querer de pior para uma cidade. As praças não podem ser a mera “arquitetura” do arranjo entre a emenda parlamentar e o empreiteiro do peito. Isso tem enchido as cidades cearenses de um padrão da pior qualidade. Enche os bolsos de alguns e não identificam a cultura local e nem a história dos povos.

A segunda grande transformação é resolver o enorme problema da ocupação urbana precária dos bairros populares. Ter um modelo de desenvolvimento urbano para esses bairros de modo a aproximá-los ao máximo das necessidades básicas da vida urbana: iluminação pública, vias transitáveis, praças e largos, posturas municipais, além do que é básico mesmo: escola, saúde, segurança, saneamento e um plano de investimento em melhoria das habitações. Essas medidas precisam ser postas num plano estratégico que leve em consideração a contínua chegada de migrantes vindos de cidades menores e da zona rural.

A terceira grande transformação na gestão pública é criar um modelo que contemple o equilíbrio de investimento e custeio público entre os distritos e a sede da cidade. Esse é um dos maiores dramas das cidades médias brasileiras e especialmente as cearenses. O Crato mesmo, salvo melhor juízo, andou envolvido com um plebiscito com o Distrito de Ponta da Serra querendo separar-se da municipalidade. Equilibrar com tudo que temos na sede: educação secundária e até mesmo superior, escolas técnicas, unidades de saúde mais especializadas, iluminação pública e assim por diante.

Vi pela postagem do Nilo Sérgio que o Alfredo Teixeira Mendes também estaria envolvido no esforço de pensar a cidade. O Alfredo é muito preparado em gestão, em planos estratégicos e tem uma contribuição excelente para a sua cidade. Lembro o Alfredo por uma questão afetiva, mas tenho a maior consideração pelos meus conterrâneos dispostos a pensar a cidade. Especialmente a inclusão do movimento popular organizado como Associações de Moradores, Conselhos, etc.
   

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