TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 10 de abril de 2013

"13 minutos" - José Nilton Mariano Saraiva


Todo mundo sabe que a indústria cinematográfica americana adora transportar (com extrema competência) para o cinema, aquelas ações do cotidiano que causam impacto à população (terremotos, furacões, tsumanes, ataques terroristas e por aí vai), até porque rende muita, mas muita grana mesmo.  Mas, em 2001, quando os árabes liderados por Osama Bin Laden impingiram à maior nação do mundo a suprema humilhação da sua história, ao seqüestrarem aviões americanos e os transformarem em bombas letais que derrubaram as Tôrres Gêmeas de Nova Iorque e parte do Pentágono (sede do comando militar), o governo americano teria reunido roteiristas, diretores e produtores do cinema americano e terminantemente “proibido” que tais ocorrências fossem imortalizadas, via cinema (embora a televisão tenha filmado e divulgado, ao vivo, parte do “show”). A exceção foi o filme o “Voo 83”, que pretendeu transformar a tragédia numa espécie de vitória americana, ao narrar que o quarto avião terrorista, que iria ser jogado sobre a Casa Branca, sede presidencial, teria sido derrubado de forma até heróica pelos passageiros, ao pressentirem para onde se dirigia e com qual objetivo; assim, melhor que todos morressem (suprema glória) para salvar o presidente da nação  (no entanto, há a suspeita de que, sem se importar com  as dezenas de americanos em seu interior, teria a força aérea yanque sido ordenada a derrubar o avião, antes que conseguisse o seu desiderato).
Nos dias atuais, saíram de cena os árabes e a “bola da vez” seria o exótico mandatário da longínqua Coréia do Norte e seus militares, que, insatisfeita com os Estados Unidos, estaria disposta a “bater de frente” com os americanos, inclusive com o uso de armas nucleares de longo alcance. Se realmente possuem “bala na agulha” pra isso ninguém sabe, mas o fato é que existe a ameaça diuturna e a conseqüente promessa de retaliação, de pronto.
Coincidentemente, está em cartaz nas telonas (cinema) o filme americano “Invasão à Casa Branca”, que nos mostra a facilidade com que, numa ação violenta e fulminante, um grupo de ...norte-coreanos, toma de assalto a sede do poder central americano, fazendo de refém o seu presidente e principais assessores para, a partir daí, se apossarem do seu  arsenal nuclear, através da obtenção forçada de um código específico. E aí, pequenas falhas dos produtores do filme:  01) no diálogo entre o chefe terrorista e o presidente americano, aquele diz para este: “...sua segurança gasta 15 minutos pra se deslocar até aqui; eu precisei de apenas 13 minutos pra se apossar da sua Casa Branca” (será que é isso mesmo ???); 02) numa discussão entre o Chefe do Estado Maior americano e o presidente em exercício, aquele diz pra este que o presidente deve se achar no “bunker” existente no subsolo da residência oficial, “...capaz de suportar até um ataque nuclear” (mais tarde, os terroristas explodem o tal “bunker” com “quatro bombinhas” introduzidas com uma furadeira mixuruca em uma das suas paredes laterais, saem com o presidente, usado como "escudo de proteção" e de lá se mandam;  03) por fim, o herói, um renegado ex-segurança presidencial se redime de uma falha anterior (quando a esposa do presidente foi morta), ao salvar o filho do presidente, abater todos os norte-coreanos (inclusive o chefão) e sair ovacionado de uma destruída Casa Branca, abraçado ao chefão, ambos feridos.
Ato final (e já tradicional nos filmes americanos):  já refeito, o presidente fala para o mundo enaltecendo os valentes americanos que perderam a vida na batalha, da certeza de que a América é indestrutível e, finalmente, como bom católico que é, não esquece de agradecer a Deus pelo desfecho final.
Apesar dos “efeitos especiais”, fraco o filme, mas que se destaca por ser lançado (coincidentemente ???) no momento  em que, na vida real, Estados Unidos e Coréia do Norte trocam “amabilidades”.

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