A política cearense está “em alta” no cenário nacional, mais
recentemente, pela frenética capacidade que têm demonstrado os seus
representantes de gerar escândalos. À parte o caráter jocoso, tristes
demonstrações de descaso com o que deveria ser mais sagrado aos homens
públicos, que é a aplicação respeitosa dos recursos que a sociedade coloca à
disposição deles para que se revertem em algo que a ela volte de maneira útil.
Coletivamente útil. São absurdos, impossíveis de qualquer explicação que os
justifique, os números da licitação para compra de materiais de limpeza sob
questionamento na Câmara de Vereadores de Juazeiro do Norte.
A sequência recente de episódios no Ceará frustra a
expectativa de que a política seria positivamente afetada pelos eventos
registrados a partir de junho, com o povo indo às ruas de uma maneira que raras
vezes o País houvera visto até então. Há mudanças, e seria impossível que tudo
permanecesse absolutamente como antes diante da força avassaladora do que
aconteceu, além dos desdobramentos que aqui e ali ainda repicam, mas elas ainda
parecem muito distantes de encaminhar para o ideal de realidade que se busca.
É simbólico que este caso mais recente envolva uma extravagante compra
de material de limpeza. Talvez se possa utilizar a ideia embutida na operação
para reforçar a necessidade urgente de uma assepsia na política, que mantém
firme sua capacidade de causar vergonha e indignação
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