“Não tenha inveja
daqueles que vivem no paraíso dos tolos, pois apenas um tolo consideraria que
aquilo é felicidade” –
Bertrand Russel em 1969, no Um Decálogo Liberal
Vamos juntar os “causos”: rolerzinho, aumento de presos no
Brasil e 85 bilionários com patrimônio igual ao que tem metade da humanidade. São
assuntos que abordei nas últimas três postagens.
Fazem sentido: a ditadura dos bilionários (decidem onde e
como investir, como deve funcionar a produção, a distribuição e o consumo e,
portanto, a política, a cultura, as instituições do Estado e a religião) exclui,
persegue, aprisiona e pune. Cria regimes políticos e instituições, os mantém e os
conserva.
E antes de tudo têm o controle quase absoluto da violência.
Criam e controlam as forças que reprimem e punem. Uma civilização com esta
característica é mais absoluta do que o Olimpo Grego. Naquela civilização os
deuses (ou os conceitos que representavam) se contradiziam. Nesta a hegemonia pretende-se
total.
Agora retorno ao décimo ponto de Bertrand Russel. Só os
tolos acreditam que algo assim é duradouro e permanente. O controlador absoluto
sofre o controle absoluto. O seu controlado o controla. O controla pela
necessidade permanente que o controlador tem de controlar.
Mas é preciso enxergar que só os tolos consideram o seu
sucesso dentro desta ordem como a felicidade.
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